O secretário da Fazenda do governo do Estado, Paulo Eli, teme que em 2021 – sem o aporte de recursos do auxilio emergencial e com o retorno das viagens da classe A para o exterior, a economia não cresça muito. Será uma incógnita, admitiu aos empresários, em fala na Fiesc: se esperarmos pelo governo central, vamos morrer de inanição.

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Destacou que o pessoal que usa o cartão black – os super ricos – gastam US$ 60 bilhões por ano em compras fora do país. Dinheiro este que ficou dentro do Brasil em 2020 por causa da pandemia, a impossibilitar viagens internacionais. Quando as viagens internacionais forem autorizadas , este dinheiro todo novamente vai ser despejado em economias fora do Brasil.

Criticou o sistema tributário, que cobra menos a renda, lucros e dividendos do que o consumo e salário.

– SC precisa continuar a se descolar do governo federal para crescer.

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Anotou que o grande desafio ainda é o déficit previdenciário do serviço público estadual. Mais: o Estado está no Serasa, no SPC; não tem capacidade de fazer novas dívidas porque a União não dá aval. Santa Catarina tem nota C no ranking de risco.

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Só com a previdência estadual, o déficit chega a R$ 5,2 bilhões por ano, o equivalente a 1 bilhão de dólares/ano. Evitando fazer críticas diretas a governos anteriores, não deixou de explicou que de 2010 a 2013 as despesas do Estado sempre cresciam mais do que as receitas, tornando o Estado inadimplente.

– Santa Catarina faliu em 2014 e, de 2015 a 2017 gastou todas as suas reservas. O endividamento do Estado, hoje, é de 72% da receita líquida.

Daí, a partir de 2018, foi implementado um forte ajuste fiscal, com controle rígido, tendo como limite de gastos o índice do IPCA.

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– Saneamos o Estado, saneamos dívidas com fornecedores, e agora estamos renegociando com os bancos.

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Objetivo é voltar ao mercado e conseguir novos financiamentos

O objetivo é, já em 2021, recuperar a nota B para voltar ao mercado e conseguir novos financiamentos. Em 2020, as receitas terão alta de 3% em comparação com o apurado no ano passado.

Neste ano, os investimentos, com recursos próprios, somaram R$ 700 milhões, e a meta é conseguir investir, nos próximos 15 anos, R$ 3 bilhões ao ano, sendo R$ 2 bilhões com recursos próprios, e mais R$ 1 bilhão com empréstimos, até 2035. De modo que no total, os investimentos somem R$ 45 bilhões neste período.

O secretário também alertou para a importância de se capitalizar a Casan, hoje sem dinheiro para fazer investimentos e vender mais água. A economia catarinense já não está centrada na força da indústria tradicional, lembrou ele, para sinalizar que há R$ 40 bilhões de investimentos represados no Instituto de Meio Ambiente, o IMA, à espera de licenciamentos para empreendimentos dos mais variados tipos e setores.

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