Os Institutos Senai de Inovação em Sistemas de Manufatura e em Processamento a Laser apresentaram nesta quinta-feira (20) resultados parciais da terceira fase do projeto do robô Snake, desenvolvido para a montadora GM com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Projeto busca na natureza soluções para problemas práticos, com a cinemática de serpentes em transposição de obstáculos.
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O robô Snake tem o movimento do braço humano e a agilidade de uma cobra. Foi desenvolvido para executar tarefas em locais de acessibilidade dificultada e espaços restritos. Desta forma, cada unidade pode substituir de dois a quatro robôs convencionais, tornando assim a produção mais econômica. As pesquisas para o desenvolvimento do robô se iniciaram em 2017.
A concepção idealizada do Snake permite que seja adaptado a distintas aplicações, como de pintura, montagem de sistemas complexos, soldagem e inspeção de máquinas e equipamentos da indústria aeronáutica, petróleo e gás e automotiva. As aplicações desenvolvidas até o momento encontram-se em fase de testes – etapa necessária antes da implantação em células piloto na indústria.
O gerente de inovação da engenharia de manufatura da GM América do Sul, Carlos Sakuramoto, disse que o robô é uma solução global, inédita, da montadora. Segundo o executivo, o modelo poderá substituir até quatro robôs, dependendo da operação. Assim, ele representará economia no processo produtivo, com a redução de ciclos e de área de produção. Sakuramoto destacou ainda que a GM não deverá produzir o robô em escala, devendo repassar a outras empresas e já tem um investidor brasileiro interessado.
Este é um projeto de indústria 4.0 de demanda do setor produtivo, sendo realizado aqui no Brasil por uma empresa de grande porte, multinacional, que está trazendo o desenvolvimento de tecnologia para o Brasil, nos Institutos SENAI, disse o diretor de planejamento e gestão da Embrapii, José Luís Gordon.
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O secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicação, Paulo Alvim, afirmou que o Brasil precisa agregar valor à produção, incorporando conhecimento e, para isso, deve utilizar as competências já instaladas.
O vice-presidente da Fiesc para a região Norte Nordeste, Evair Oenning, salientou que o desenvolvimento do robô demonstra a integração entre institutos de inovação, a indústria e instituições de fomento à pesquisa.