Depois de comandar a Tupy por 15 anos e dirigir profunda transformação financeira e elevar de patamar a empresa na cadeia de valor, Luiz Tarquínio Sardinha Ferro, 57 anos, deixa a presidência.
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Depois de ter promovido a reestruturação inicial, a Tupy, sob Tarquínio, adquiriu duas empresas no México. E, então, tornou-se líder global do segmento de blocos e cabeçotes de ferro para motores. Tarquínio também conduziu a Tupy aos mercados de capitais via adesão ao Novo Mercado e emissão de títulos de dívida com prazo de dez anos no mercado internacional. O executivo veio da Previ, o fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil. A Previ detém 26% do controle da metalúrgica joinvilense.
O vice da área de negócios automotivos, Fernando Rizzo, 46 anos (foto), assume o comando no dia 2 de abril. Afirma que a Tupy vai em busca de aquisições e investir mais. O olhar se dirige a possibilidades de compras nas áreas de fundição e usinagem.
Formado em engenharia mecânica pela Faap e com especializações na FGV e Stanford School of Business e MBA na Indiana University, Fernando Cestari de Rizzo está há mais de 20 anos na empresa. Começou na área de desenvolvimento de produto, passou pela de planejamento estratégico e, em 2004, aos 33 anos, tornou-se vice-presidente da área de vendas e marketing. Em 2012, chegou à vice-presidência de negócios automotivos, responsável por mais de 90% do faturamento da companhia.
A seguir, os principais trechos de entrevista feita como novo presidente na tarde de ontem.
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Como ocorreu a sucessão que o leva à presidência?
Fernando Cestari Rizzo – O processo de sucessão na Tupy é muito organizado. Foram feitas avaliações periódicas e sistemáticas de candidatos. No terceiro trimestre de 2017 a conversa comigo foi mais detalhada até se chegar à decisão.
Sob seu comando, qual é a prioridade?
Rizzo – A empresa sempre foi muito voltada à tecnologia e às pessoas. Temos forte compromisso com o desenvolvimento tecnológico. Nunca perdemos o espírito empreendedor e o sentido de cuidar das exportações. Vamos em busca de crescimento e ainda melhores margens. Também vamos nos dedicar a novos serviços de engenharia.
Isso significa que a companhia fará novos investimentos? Aquisições estão a caminho?
Rizzo – Certamente faremos investimentos. Investimos ao redor de 3,5% do faturamento anual. O nosso negócio permite fechar contratos antes e investir depois. Quanto a aquisições, sempre olhamos oportunidades pelo mundo. Se acontecerem, serão nas áreas de fundição e de usinagem. Europa e América do Norte estão no radar. Atualmente, não há negociação em andamento.
A empresa está capitalizada para este movimento de possíveis aquisições?
Rizzo – Publicamos nosso balanço de 2017 nesta quarta-feira. Temos reserva, somos uma empresa saudável. Há recursos para tanto. O balanço de 2017 revela dívida líquida bem controlada para um faturamento de R$ 3,70 bilhões. O faturamento mostra aumento de 13,8% sobre o apurado em 2016. O lucro foi de R$ 153,4 milhões no ano passado. Em 2016 teve prejuízo de R$ 181 milhões.
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Seu perfil é diferente do de Tarquínio…
Rizzo – Tarquínio veio para reestruturar dívida e promover ajustes e transformar a companhia. Sou muito ligado ao negócio e aos clientes e à execução de estratégia. Temos oportunidades de crescer. Por exemplo, há muito boas expectativas nos segmentos de máquinas agrícolas, propulsão a diesel e infraestrutura em geral. Há muito boas expectativas com o desempenho da Caterpillar, da John Deere e da Cummins. Então, vamos crescer juntos. São importantes clientes no mundo. Como também são a Mercedes-Benz, a Scania e a MAN.
O seu otimismo decorre de quê?
Rizzo – A sociedade vai se enriquecer e aí a demanda por construção, por infraestrutura, será crescente. A sociedade vai se urbanizando. E o enriquecimento provoca aumento de consumo. Mais caminhões rodam, e a Tupy participa com blocos de motores para as indústrias.
O crescimento e novos contratos vão resultar em mais empregos em Joinville?
Rizzo – Sim, à medida que novos projetos surjam e negócios se concretizem. Temos linha ociosa.
Quantos funcionários tem a Tupy?
Rizzo – Em 28 de fevereiro, só em Joinville, a Tupy tinha 8.517 funcionários. No total, incluindo Joinville, Mauá e México, são 13.454.
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Houve contratações neste começo de ano…
Rizzo – Sim. Desde o começo do ano, em Joinville, foram admitidos mais de 200 trabalhadores no primeiro bimestre.
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