Quem pensa em viajar para o exterior e precisa comprar dólar, o valor da moeda norte-americana vale R$ 4,80 em casa de câmbio, em Joinville – 20 centavos a mais do que o câmbio comercial, que bateu novo recorde nesta manhã, dia 4 de março, e atingiu R$ 4,60. É o décimo segundo dia de alta do dólar.

Continua depois da publicidade

Este valor, é, por si só, suficiente para afugentar clientes de agências de viagens: os cancelamentos se multiplicam. Tanto por receio do Coronavírus, como porque o custo de ir para o exterior tornou-se proibitivo para milhares de brasileiros. Esse conjunto de elementos reduz, por óbvio, as receitas das operadoras de viagens, afetando, por consequência, os resultados das empresas aéreas e redes de hotéis, para ficarmos em segmentos econômicos mais visíveis e que se relacionam diretamente.

Razões não faltam para o aumento do valor da moeda norte americana. Coronavírus, a se espalhar pelo mundo, provocando freio da economia em muitos países, é o fator principal. Diante da parada de muitas fábricas na China, com cidades desertas, investidores temerosos buscam refúgio na segurança, comprando mais dólares pressionando o valor para cima. A China é a segunda economia global e responde por parcela expressiva das importações brasileiras – e catarinenses.

O governo brasileiro divulgou a evolução do Produto Interno Bruto de 2019 na quarta-feira: crescimento de 1,1%, mais um pibinho apenas. Muito pouco para um país que mal se refaz de uma recessão grande, e precisa deslanchar para acomodar jovens em busca de emprego, e equacionar o drama social de 11 milhões de desempregados. Isso sem contar os milhões e milhões de subempregados.

Pelo andar da carruagem, nada indica que o PIB vai crescer mais de 2% em 2020. Afinal, o governo corta custos e investe menos do que o necessário em infraestrutura; as empresas voltaram a olhar o cenário e se replanejam, enquanto o consumo das pessoas não consegue sustentar a expansão econômica.

Continua depois da publicidade