Quatro visões de mundo expostas em Joinville

No painel que tratou de economia, finanças e negócios, durante a Expogestão, em Joinville, o professor e economista Carlos Alberto Primo Braga (foto) disse:

— A recuperação do nível de emprego vai demorar mais tempo para ocorrer. O nível de desemprego ficará semelhante ao atual até o começo de 2019. Em áreas que dependem muito da indústria, a recuperação vai variar muito de Estado para Estado.

Denise de Pasqual, da Tendências Consultoria, destacou as diferentes reações dos mercados regionais no Brasil, com respostas variadas, de acordo com suas especificidades próprias.

— É importante sair das análises e dos números macro para perceber o que nos dizem as informações e acompanhar o comportamento dos consumidores. E, então, anotar onde podem estar as oportunidades.

O papel das esquerdas

O cientista político Rafael Cortez, em suas intervenções no debate, apontou para três possibilidades para as eleições deste ano. 1. Há uma chance de o PT lançar Lula a presidente, mediante decisão liminar da Justiça enquanto o TSE não impedir formalmente sua candidatura. 2. Se a esquerda for unida, poderá ir para o segundo turno. 3. A força que emergir ao centro do espectro político não poderá ancorar a campanha eleitoral em temas macroeconômicos, como as reformas.

Percepções de duas gigantes

Já Luís Felipe Dau, presidente da Embraco, afirmou que os negócios no setor de eletrodomésticos, em 2017, voltou ao patamar de dez anos atrás. A Embraco tem várias plantas espalhadas pelo mundo com expertise em pesquisa e desenvolvimento. "Isso nos dá a facilidade de manobra para sermos competitivos", disse. Explicou que o mercado no Brasil caiu e a estratégia é crescer na Ásia, no Pacífico e na Índia, onde os negócios estão aquecidos.

O presidente da Tigre, Otto von Sothen, demonstrou as tendências. Listou quatro: 1. Cuidar para não desperdiçar a água virou mantra. Há escassez e isso se reflete no grave fato de que não se fazem mais empreendimentos em Brasília e algumas regiões do Nordeste. 2. Há um desejo da sociedade por conforto e estética. 3. As construtoras demandam por um canteiro de obras com mais produtividade. 4. A conservação de energia passou a ser cada vez mais relevante.