O mercado já sabe que não haverá milagres e, então, a confiança dos investidores e de empresários recuou. A projeção de expansão do PIB diminui para 1,9% neste ano, ao mesmo tempo que o grau de aprovação popular ao novo governo também cai. Bolsonaro terá de fazer concessões, validar o jogo dos interesses dos parlamentares. Por ora, resiste ao que chama de "velha política". Terá condições de resistir por muito mais tempo? Ou o pragmatismo vai vencer, sob pena dele, Bolsonaro, ser vencido?

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Os desafios

A Fiesc entende que Bolsonaro terá de enfrentar desafios grandes. Entre eles, a fundamental reforma da Previdência. A tributária (para simplificar modelos de tributos) e reforma política, (a mais difícil) precisam estar no horizonte do governo, afirma Mário Aguiar. Lembra que a segurança jurídica é essencial para que empresários e investidores tenham certeza da permanência de regras para analisar cenário e mirar os negócios no médio e longo prazos. De Moisés, a Fiesc diz que é um governante sem experiência política e isso dificulta um pouco. Mas está fazendo ajustes necessários na máquina pública. Não elevar impostos é correto — elogia Mário.

Ainda é cedo

O presidente da Acij, João Martinelli, diz que é cedo e não dá para avaliar um governo pelos primeiros cem dias, já que é um tempo mínimo para um governador que nunca ocupou o cargo entender como funciona a máquina pública e fazer a equipe jogar como time.

— Não é hora de cobrar ainda. A menos que cobremos a baixa representatividade de Joinville e região Norte do Estado no primeiro escalão do governo estadual.

Ajorpeme elogia

A mais importante entidade empresarial de representação das micro e pequenas empresas do país, a Ajorpeme, foca sua atuação institucional num ponto: o tamanho do Estado tem de diminuir.

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Então, o presidente Fernando Bade elogia a reforma administrativa feita pelo governador Carlos Moisés, ao mesmo tempo que lamenta a que Joinville está fora dos principais cargos na estrutura de poder estadual. Argumenta:

— A favor de Bolsonaro está o fato de ter encaminhado a proposta de reforma da Previdência no prazo prometido.

Ausente

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Joinville, José Manoel Ramos, é crítico.

— Moisés pouco esteve com as entidades empresariais nas diferentes regiões do Estado. E nem se ateve à articulação política para aprovar a reforma administrativa enviada ao Legislativo.

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Em relação ao presidente Bolsonaro, Zeca Ramos elogia:

— Cercou-se de gente competente, em especial Sérgio Moro e Paulo Guedes. Fez a lição de casa mandando o projeto de lei da reforma da Previdência para o Congresso.