As ferramentarias de Joinville estão com muitos pedidos e grande carga de trabalho. Boa parte de encomendas represadas no início de 2020 foram reiniciadas neste ano. Essa é a notícia boa. O que preocupa o setor é o fato de que a liberação financeira dos valores ainda não está regular, com redução expressiva da antecipação de recursos, o que exige um esforço extra das empresas para atuar com recursos próprios.
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Aí está o problema, porque a disponibilidade de dinheiro já está bastante restrita, por conta do encolhimento de fluxo financeiro no período de fevereiro a outubro de 2020. Joinville é um dos principais polos de ferramentaria do Brasil e a análise é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentarias (Abinfer), o joinvilense Christian Dihlmann.
Mesmo assim, o cenário mostra-se, ainda que temporariamente sob alerta, bastante positivo para os próximos anos, avalia o empresário. No contexto nacional, apesar da situação incerta e assustadora em função da pandemia, o líder empresarial acredita num futuro promissor.
– O setor avançou com novos projetos capitaneados pelo Ministério da Economia e pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, a Abimaq. Em todos, a Abinfer é participante ativa – diz Dihlmann.
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Consórcio para parcerias e recursos
O primeiro projeto, batizado de MiBi – Made in Brazil ilimitado, é um programa que reúne entidades de diversos setores que integram a cadeia automotiva, além do Ministério da Economia. Consiste em formar um consórcio que integre empresas, usando todas as parcerias e recursos disponíveis.
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O MiBi selecionou cinco áreas para focar seus esforços: metálicos, eletroeletrônicos, mecânicos, plásticos e transmissões automáticas. A intenção é buscar a nacionalização de componentes que fortaleçam toda a cadeia e tornem o Brasil mais competitivo. Esses grupos possuem oportunidades de nacionalizar US$ 18,5 bilhões do total de US$ 50 bilhões que foram importados pelo setor em 2019.
O segundo, o programa Renovar, é um robusto trabalho de renovação da frota de veículos pesados, ônibus e implementos agrícolas, liderado pelo Ministério da Economia, e que objetiva reduzir a frota insegura, poluente e com baixa produtividade.
Desenvolvimento da indústria automotiva e cadeira de fornecimento
O terceiro, nominado de Advance – Desenvolvimento Automotivo e Evolução da Cadeia de Fornecimento, está em construção pelo conselho automotivo nacional da Abimaq, com aderência de outras importantes entidades nacionais.
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A proposta engloba os fabricantes de veículos de passeio, de carga, e de atividades agrícolas. Visa proporcionar o desenvolvimento acelerado da indústria automotiva e sua cadeia de fornecimento, levando benefícios diretos ao consumidor final, aos fabricantes de veículos e seus fornecedores,. Por consequência, melhorar a economia do País. Dihlmann explica:
– Em uma iniciativa sem precedentes no Brasil, o projeto trata dos temas de forma matricial, com abordagem transversal dos pilares gestão administrativa, produção técnica, caminho comercial, gestão da qualidade, inovação contínua e fortalecimento setorial nacional e internacional.
Para dimemsionar o tamanho do setor, há pesquisa feita pela Fundep e Abinfer sobre perfil das empresas, com o objetivo de desenvolver um programa de capacitação técnico-científico para elevar a competitividade da cadeia de ferramentaria nacional voltada ao setor automotivo. A finalidade é conhecer melhor fabricantes, usuários e fornecedores de serviços para o setor – uma das metas do programa Rota 2030.
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