O governo vai anunciar o valor do benefício social de R$ 300,00, a ser pago, mensalmente, até dezembro, a milhões de brasileiros muito pobres. Até agora, o valor pago era de R$ 600,00 mensais e, há meses, quando anunciado, não estava prevista a sua continuidade. O auxílio emergencial durante a pandemia reduz a penúria de milhões de famílias brasileiras, especialmente no momento em que é muito  elevado o nível de desemprego. A continuidade do programa emergencial tem evidente viés político: Jair Bolsonaro vai se aproximando da camada mais desfavorecida da população, e mira no projeto de reeleição para presidente da República, em 2022.

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Neste contexto, o que mais impressiona é a relação entre o número de pessoas que recebem o auxílio emergencial para cada trabalhador com carteira assinada. Um levantamento feito junto ao Ministério da Economia dá bem a ideia das desigualdades socioeconômicas neste vasto Brasil.

No estudo, o Estado de Santa Catarina e o Distrito Federal são as duas únicas unidades da federação que têm mais gente com carteira assinada do que recebendo o auxílio. Em SC a proporção é 0,78/1  e no DF é de 0,96/1.

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A se considerar este dado isolado, Santa Catarina é o Estado com menos miseráveis, proporcionalmente ao conjunto da população. O Maranhão, o Amapá e o Piauí lideram a lista dos Estados onde a proporção é maior: 5,50; 4,57 e 4,43 beneficiários do auxílio por trabalhador formal. Estes números escancaram pobreza extrema de um povo a conviver com as desigualdades crescentes.

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Claramente, há uma divisão brutal na qualidade de vida entre o Norte-nordeste em relação ao Sul-Sudeste, como se pode ver na tabela.

TABELA

Número de pessoas recebendo auxílio emergencial para cada trabalhador com carteira assinada:

Maranhão: 5,50

Amapá: 4,57

Piauí: 4,43

Pará: 4,40

Roraima: 4,16

Acre: 3,97

Paraíba: 3,76

Amazonas: 3,75

Alagoas: 3,67

Bahia: 3,42

Sergipe: 3,13

Ceará: 3,08

Rio Grande do Norte: 3,02

Pernambuco: 2,98

Tocantins: 2,74

Rondônia: 2,51

Mato Grosso do Sul: 2,10

Goiás: 1,80

Espírito Santo: 1,77

Rio de Janeiro: 1,76

Minas Gerais: 1,54

Mato Grosso: 1,50

Paraná: 1,19

Rio Grande do Sul: 1,08

São Paulo: 1,04

Distrito Federal: 0,96

Santa Catarina: 0,78

Brasil (média) 1,73

Fonte: Ministério da Economia