O desejo do governo de Santa Catarina em privatizar o porto de São Francisco do Sul mexeu com múltiplos e variados interesses dos agentes econômicos envolvidos na cadeia produtiva da operação do porto público. O diretor presidente, Fabiano Ramalho, sabe que o caminho é espinhoso. Em conversas com diferentes setores econômicos – sindicatos, entidades, associações – ele tem explicado que a intenção é apenas tirar o Estado da administração do porto, sem feitos para a operação portuária.
Continua depois da publicidade
> Quer receber notícias de Joinville e Norte de SC por WhatsApp? Clique aqui
O porto está sob gestão da SCPar, órgão estadual que poderá ser extinto.
A eventual privatização ainda é uma ideia embrionária, mas, mesmo assim, os sindicatos de trabalhadores já se organizam contra a possibilidade de se fazer concessão à iniciativa privada.
A modelagem técnica e econômico-financeira para a montagem de futuro leilão do porto ainda precisa ser feita. A modelagem vai contemplar que tipo de cargas o porto deverá movimentar, respeitadas as características atuais, e implementar maior competitividade.
Continua depois da publicidade
> CADE proíbe cobrança de taxa extra no complexo portuário de Itajaí
Atualmente, o porto de São Francisco do Sul movimenta, principalmente, grãos, carga a granel, soja, produtos siderúrgicos. Em 2020 movimentou 12 milhões de toneladas. É o sétimo porto brasileiro com maior movimentação de cargas.
– Naturalmente , a ideia de privatização cria clima de insegurança e ansiedade, reconhece Ramalho.
Mas não é só a privatização do porto que está no radar da administração. Já se considerou a hipótese de arrendamento de espaço do canal de acesso aquaviário. Neste caso, a estimativa é que o concessionário que vencer essa concorrência terá de investir R$ 250 milhões, com direito de explorar a atividade por 25 anos a 35 anos – o prazo ainda não está definido.
> Projeto vai fortalecer pequenos negócios do setor do turismo de Joinville
O concessionário, neste casso, também teria de fazer o aprofundamento do calado para 16 metros de profundidade, garantindo chegada de navios de grande porte.
Continua depois da publicidade
O projeto está em processo de licenciamento ambiental, com modelagem sendo estruturada há um ano e meio.
Agora, diante do anúncio do desejo de privatizar o porto público, esse projeto tende a ficar em stand by.