A economista Denise Pasqual (foto), sócia da Tendências Consultoria, traçou panorama da economia em seminário direcionado a CEOs e executivos de finanças e planejamento realizado na Expogestão.

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Em sua análise, a reforma da Previdência será aprovada até outubro deste ano, e deverá garantir economia ao governo de R$ 640 bilhões em dez anos, valor bem inferior aos R$ 1 trilhão pretendidos pelo ministro Paulo Guedes neste prazo. 

Projeta crescimento de apenas 1,6% do PIB neste ano, podendo ir próximo a 3% em 2020. Avalia que a crise é mais profunda da história econômica recente e a grande variável negativa é o grau de confiança – em queda há meses. 

Avalia que o crédito cresce 6% neste ano e entende que captar crédito será mais atrativo porque os juros vão baixar nos próximos anos, e a inflação continuará sob controle. Estes são aspectos positivos. 

Por conta de juros baixos, a poupança vai deixar de ser foco de investimentos por parte da população. Mas, a taxa de desemprego cairá só um pouco: de 12,3% em 2019 para 11,9% no próximo ano.

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Destaca o crescimento das informalidade, que subiu muito nos últimos quatro anos. Santa Catarina apresenta o menor índice: 27,8% da população empregada. Mesmo assim, a massa salarial cresce 2,5% e a expansão de compras no varejo chega a 3,% no ano. 

O endividamento das famílias é de 27,1%, em média, e há espaço para aumentar. A Tendências calcula que de 2006 a 2012 3,2 milhões de pessoas conseguiram sair da classe D/E, mas, entre 2015 e 2016 um total de 4 milhões retornaram à base da pirâmide. 

Mais conectada

Em sua palestra, Renato Meirelles, da Locomotiva consultoria, fez abordagem sobre o perfil da classe C. Em comparação com dez anos atrás, ela está mais negra, mais velha, com mais escolaridade, mais empreendedora e mais conectada. Essa classe consome R$ 1,5 trilhão, um terço do total da população, só perdendo para os que têm mais de 50 anos de idade.

Informa que 17,8 milhões de brasileiros obtêm renda a partir da utilização da internet. Um de cada oito brasileiros da classe C tem nível superior. “Há dez anos, o desempregado tinha de vender o carro para sobreviver; hoje ele vira motorista do Uber”, aponta. Há dez anos, a classe C representava 48% da população; agora são 52%.

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