A presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – seccional de Joinville, Cerli Silva, fala sobre atuação das empresas no combate ao Covid-19; explica a importância da área de recursos humanos para minimizar efeitos da pandemia nas organizações; relata aprendizados e analisa fatores como produtividade e mudanças na forma de trabalhar.

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Como a senhora percebe a atuação do RH em face da pandemia da Covid-19? As empresas estão agindo, ao longo destes meses, da maneira que deveriam?

Cerli  Silva – A área de recursos humanos liderou diversas frentes de gestão de crise, com foco na preservação de saúde e de empregos, bem como na imagem institucional, tanto dentro como fora da organização. Diversas habilidades foram requeridas, como adaptabilidade, agilidade na tomada de decisões, foco na solução, simplificação de processos.

Quais os principais acertos?

Cerli – Houve acertos na agilidade. O RH implantou rapidamente protocolos, buscou novos investimentos em clínicas, exames. Também articulou frente a novas situações de trabalho, com o home office. Disponibilizou ferramentas, e teve de entrar em cada situação isolada do colaborador. Esse foi um aprendizado, que exigiu rapidez.

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Houve aprendizados recíprocos?

Cerli –  A gente percebeu, na ABRH, muita troca de experiências. Surgiram novas circunstâncias, está sendo um período de grande aprendizado para a área de recursos humanos, ainda.

O que poderia ser diferente?

Cerli –  O RH se reinventou e teve de lidar com restrições e novos protocolos, de um dia para outro. A troca de experiências entre profissionais de recursos humanos foi, e é, muito importante.

A produtividade diminuiu na pandemia? Há informações sobre isso?

Cerli –  Não tenho informações exatas. Já vi relatos distintos. Em alguns casos, houve aumento de produtividade, com aumento de concentração do trabalhador. Em outros casos, houve redução de produtividade por conta de múltiplas tarefas e papéis exercidos ao mesmo tempo, ocasionando perda de foco. O ideal é termos mais subsídios, com pesquisa, para dar informação mais correta.

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Em alguns setores houve sobrecarga de trabalho.

Cerli – Em alguns casos, observamos sobrecarga dos funcionários, que estão trabalhando mais por causa de absenteísmo maior. Em outros casos, vemos aumento de produtividade – e isso acontece com reuniões virtuais, que ocasionam economia de tempo, trazendo mais segurança aos funcionários, e menos impacto no meio ambiente.

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Não há dados e fatos para ser mais pontual na resposta. Precisaria de resultado de pesquisa com os associados para responder melhor a tua pergunta.

O setor de recursos humanos das empresas identificaram aumento no número de doenças emocionais dos empregados nestes meses de pandemia?

Cerli –  Não há pesquisas que atestam aumento do número de doenças emocionais entre os funcionários das empresas. É um tema interessante a ser aprofundado. O que vimos foi um movimento coletivo dos RHs em promover apoio às pessoas.

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Como isso se deu?

Cerli – Esse apoio veio, muitas vezes, por meio de psicólogos, ou por grupo de psicólogos voluntários,  para promover a sustentação das saúde psicológica dos colaboradores. Atender a quem tem dificuldades de trabalhar sozinho; ou com dificuldades em relação ao confinamento. Ainda, pessoas com dificuldades  nas relações com familiares, por não poder visitar. Por dificuldade de superar o luto por perda de entes queridos.

Na ABRH se fala em compra de vacinas por empresas?

Cerli –  Essa discussão não aconteceu ainda. Acredito que as empresas  devem estar analisando o assunto individualmente.  Acredito que as empresas aguardarão alguma orientação do Ministério da Saúde sobre isso. Conforme forem liberados protocolos de vacina para a iniciativa privada, cada empresa fará a discussão isoladamente.

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