A desvalorização do real frente ao dólar provocou desequilíbrio no fluxo de cargas nos principais portos catarinenses, favorecendo as exportações e retração das importações nesses cinco primeiros meses do ano. A afirmação vem dos gestores dos principais portos localizados no Estado.
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A constatação foi feita durante webinar promovido pela Logistique, que tratou do futuro da atividade portuária.
O Porto de Itajaí anota um avanço de 16% nas operações e as expectativas são positivas: começaram, em maio, operações de navios de grande porte no complexo portuário de Itajaí e Navegantes. As exportações, em Itajaí, cresceram 22% de janeiro a maio diz o superintendente Marcelo Salles.
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Osmari Castilho, da Portonave, analisa:
– Estamos vivendo uma grande crise global e isso exige uma constante readequação dos processos comerciais, mas até maio nossos resultados são positivos.
Para Cássio Schreiner, presidente do Porto Itapoá, o momento é de aprendizado e adoção de protocolos de segurança adotados nas operações, mas informa que as operações seguem em crescimento neste ano: o TUP registrou um aumento de 11,3% no volume de contêineres movimentados em relação ao mesmo período de 2019. O destaque são as operações de importação e transbordo que tiveram crescimento de 7,4% e 53,6% respectivamente.
Fabiano Ramalho, o novo presidente do porto de São Francisco do Sul, destaca o avanço das exportações de commodities no período, inclusive, quebrando sucessivos recordes. As operações cresceram mais de 20% entre janeiro a maio.
Santa Catarina conta com três portos, dois terminais de uso privado (TUPs) e outros seis terminais portuários de menor porte que juntos movimentaram 46,94 milhões de toneladas em 2019, com avanço de 4,58%. Nos quatro primeiros meses deste ano a estrutura portuária movimentou 15,55 milhões de toneladas, expansão de 5% sobre o mesmo período de 2019. Os números são do Anuário Estatístico da Agência Nacional dos Transportes Aquaviários (Antaq).
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Segundo a agência reguladora, a movimentação de contêineres em Santa Catarina também cresceu nos primeiros quatro meses deste ano, chegando a 668 mil TEU (Twenty-foot Equivalent Unit – unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés), ante 649 mil TEUs em igual período do ano passado, puxado pelas exportações de proteína animal, que vem crescendo significativamente. SC é o segundo estado em exportações de contêineres, atrás apenas de São Paulo.
O Estado participa com aproximadamente 20% de toda movimentação brasileira nessa modalidade de carga.