O Porto Itapoá (foto) vai investir R$ 350 milhões nos próximos três anos na ampliação de suas atividades. O terminal portuário privado obteve, recentemente, autorização para ampliar a capacidade de operação em mais 60 mil TEUs. Originalmente, o porto foi inaugurado e chegou a 500 mil TEUs. Feitas ampliações, agora passa a movimentar 612 mil TEUs, operando no limite já há algum tempo. Até junho deste ano, dois píeres, com 400 metros quadrados cada, e mais 40 mil metros quadrados de pátio ficarão prontos. No embalo, a capacidade de movimentação de cargas chegará, então, a 1,2 milhão de TEUs.
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O plano é atingir, em 2021, o total de 2 milhões de TEUs, com novo berço de atracação. Aí, será seu limite operacional máximo, depois de executados todos os serviços adicionais em seu projeto de expansão.
Na avaliação da direção do Porto Itapoá, o mercado reagiu a partir do terceiro trimestre de 2017. Alguns números apontam nessa direção. A receita do porto cresceu 20% em 2017 na comparação com o desempenho do ano anterior e, para 2018, é esperado acréscimo de 40% sobre o desempenho de 2017.
No entanto, os gargalos de logística continuam a desafiar variados empreendimentos portuários na região da baía da Babitonga. Para tentar equacionar os problemas, os portos de Itapoá e de São Francisco do Sul já fazem estudos conjuntos relacionados a aspectos de meio ambiente.
O que está claro é que as obras de aprofundamento do canal de acesso ainda vão demorar. Pelo menos, na visão estratégica do comando do Porto Itapoá, somente a partir de 2019/2020 é que elas poderão sair do papel. A solução mais razoável para essa obra e também para as de duplicação e contorno rodoviário de Garuva passa por uma parceria público-privada (PPP).
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Oportunidades e parcerias
A Fiesc vai promover no dia 14, quarta-feira, seminário de oportunidades de parcerias e investimentos entre Santa Catarina e a Rússia. Unidade de representação da Câmara de Indústria, Comércio e Turismo Brasil-Rússia será instalada em Florianópolis na quarta-feira.
Animado
Nivaldo Vieira, gerente do BRDE para a região Norte e Vale do Itajaí, está bem animado com as perspectivas de negócios. O primeiro bimestre de 2018 foi positivo, com prospecções de projetos relevantes.
Prospecção mundial
A 2 Rios Lingerie participa do South by Soutwest (SXSW), um dos maiores festivais de economia criativa do mundo. O evento acontece em Austin, no Texas, Estados Unidos, durante os dias 9 e 18 de março. A 2 Rios é uma das 77 empresas que compõem a delegação brasileira da Apex-Brasil.
O SXSW tem enorme relevância e impacto mundial em termos de negócios e de lançamentos de tendências para os setores de interatividade, filmes, música, educação.
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No ano passado, 68 empresas brasileiras saíram de lá com uma expectativa de fechamento de US$ 37 milhões em negócios ao longo dos doze meses seguintes ao evento.
Leite
SC quer exportar leite. Há 45 mil produtores no Estado. Em 2017, a produção foi de 3,4 bilhões de litros, 8% a mais que no ano anterior. Mas há um longo caminho a ser percorrido para conseguir levar o produto para o mercado internacional: melhorar a qualidade, eliminar doenças do rebanho, reduzir custos e aumentar a eficiência operacional.
Ratinho expande negócios
A Solumedi, empresa do Grupo Massa (do apresentador de TV Ratinho), amplia atividades em SC. O negócio voltado a atender às classes C e D e com consultas médicas já opera em Joinville e prepara entrada em Jaraguá do Sul, Blumenau e Florianópolis.
Vivências
Empresário e vereador em Joinville, Ninfo König fará relato sobre experiência na vida pública na reunião da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul nesta segunda-feira.
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Procura
O MBL, grupo de pessoas ativas no espectro político de direita, está procurando candidato a deputado estadual para representar a região Norte do Estado na disputa eleitoral de outubro.
A dona do cofre
Entrevista: Vivianne valente, diretora de finanças e tecnologia da Tigre
Vivianne Valente, diretora de finanças e tecnologia da Tigre, fala com exclusividade à coluna sobre como lidera a área financeira num momento de relevante transformação do negócio da companhia multinacional joinvilense. E confirma que a empresa vai criar centro de serviços compartilhados (CSC) para reduzir custos e otimizar os negócios. A seguir, os principais trechos da entrevista.
A sua experiência profissional é bem diversificada. Que aprendizados traz para a Tigre, depois de ter passado por banco, varejo e indústrias multinacionais?
Vivianne Valente — Tive a sorte e o planejamento para trabalhar em empresas de ponta e poder testar modelos variados. A Tigre está num momento peculiar de renovação, de aquisição e de portfólio novo. Vivemos a transformação na área financeira. Controles para operação e venda e levar expertise para a ponta. Nosso papel é de facilitador de negócios para melhor investir e fechar acordos de negócios. A área de planejamento financeiro é a responsável por antever resultados e criar programação financeira.
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Quais são os maiores desafios?
Valente — Um dos maiores desafios é o da questão cambial. A Tigre atua em diferentes países da América do Sul e cada um tem suas próprias regras fiscais. Compreender as realidades particulares e saber cuidar disso é essencial. Há problemas maiores na Argentina, na Bolívia, no Equador. Na Bolívia e no Equador, por exemplo, as empresas pagam Imposto de Renda sobre o balanço, independentemente de ter havido lucro ou prejuízo. E isso não é nada trivial para uma companhia.
Como tratar essa situação?
Valente — O desafio é o fato de a Tigre ser um grupo que age para padronizar processos e políticas de gestão. Estamos criando o centro de serviços compartilhados (CSC), com serviços nas áreas de recursos humanos, compras e logística.
Como se orienta a política de investimentos?
Valente — O comitê de investimentos tem reunião mensal. Há olhares diversos, mas todos sob a mesma lente. Nosso papel é de orientar se os investimentos estão de acordo com o retorno desejado e se o risco está adequado. É uma assessoria para a tomada de decisão.
A Tigre está num momento de aquisições. Nos últimos anos, adquiriu várias companhias, como a Fabrimar, do Rio de Janeiro. Há outros na mira da empresa?
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Valente — A Tigre analisa oportunidades e escolhe o que faz sentido e diferença para a marca. Pagar caro por uma marca não é interessante isoladamente. Atualmente, estamos na dança de acasalamento. Mais não é possível dizer. A empresa tem um índice de alavancagem bem pequeno.
Qual é o planejamento estratégico da Tigre?
Valente — O plano da Tigre é pensado para os próximos cinco anos. A revisão é feita a cada três anos. Há um tripé que baliza o planejamento estratégico: vendas, inovação e eficiência operacional. Fazer um modelo de longo prazo é decisivo e assim se compromete com a geração de riqueza, com o Ebitda e com o retorno para a empresa e para os acionistas.
O que fez a Tigre contratar uma profissional de finanças com o seu perfil?
Vivianne – Penso que a Tigre precisava de um profissional com o meu perfil. No momento, a Tigre está num “drive” de transformação. Trago um um histórico de trabalho com experiências em indústrias globais, em áreas de consumo bem distintas.
A Tigre é empresa profissionalizada, mas sob controle familiar. Isso é bom, é melhor do que trabalhar em companhias abertas?
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Valente — O trabalho de um CFO (chief financial officer) em empresas de capital aberto implica ter uma rotina com a qual não há um único dono. Não há a figura do dono. Segue-se relação com o mercado, com investidores a partir de regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Em empresas de controle familiar, com governança, como é o caso da Tigre, se tem a família próxima. O cenário da Tigre é muito bom.
A Tigre tem um conselho de administração para dar sugestões e analisar o desempenho da empresa…
Valente — Sim, claro. Décio da Silva (WEG), Leonardo Zipf (Duas Rodas) e Fábio Hering (Hering), por exemplo, são membros do conselho.
A senhora também responde pela área de Tecnologia da Tigre. Que prioridades tem pela frente neste campo tão delicado e essencial?
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Valente — A lógica é adensarmos todos os processos num plano de investimentos de dois a três anos para integrar a empresa com profissionais, varejo, vendedor e consumidor – enfim, toda a cadeia logística. Inclusive, sob aspectos de rastreabilidade de produtos e otimização.