A Associação Empresarial de Joinville pilota uma ampla pesquisa, em andamento, junto aos profissionais de recursos humanos de 400 empresas, a 40 agências de recrutamento de mão de obra de Joinville e também a inúmeras instituições de ensino técnico e superior para detectar compatibilidades e diferenças entre as demandas das empresas por trabalhadores em relação ao que o mercado oferece.
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A coleta de dados vai até o dia 14 deste mês. O processamento e cruzamento de informações se dará ao longo dos últimos meses de 2019. A Acij já programou, para o dia 6 de fevereiro de 2020, evento de apresentação e análise crítica do conjunto dos resultados tabulados.
A intenção é ter, em mãos, uma completa radiografia da situação do mercado de trabalho local e, de posse das informações, devidamente analisadas, criar um planejamento estratégico para orientar agentes econômicos e Poder Público a enfrentarem os desafios na área de recursos humanos, de modo que Joinville consiga superar este gargalo. Empiricamente se constata um descompasso significativo e, por isso, a preocupação se justifica, especialmente num momento da história na qual ocorre a transição de um modelo econômico tradicional para uma era tecnológica, com avanços rápidos e a exigir competências e habilidades distintas e cada vez mais especializadas.
Joinville já viveu algumas ondas migratórias nas últimas décadas, a partir dos anos 80-90 do século passado, até agora, no limiar de 2020. Cada uma delas com suas especificidades próprias e no seu tempo, refletindo uma dada realidade social e econômica. Gente do meio rural recrutado no interior do Paraná e de Santa Catarina; executivos e trabalhadores de nível médio mais recentemente.
Nesse sentido, Joinville vive, agora, um momento único. O questionário apresentado às empresas associadas à Acij objetiva identificar funções e vagas abertas em 2019, com exigências de nível de escolaridade e, tempo para preenchimento das vagas e médias salariais. Aos profissionais de RH das empresas ainda se pede dar sugestões de cursos técnicos e de nível superior que as instituições de ensino poderiam ofertar para atender necessidades corporativas.
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Das universidades o levantamento deseja saber quais e quantos profissionais entregam formados a cada ano. Para as agências de RH a pesquisa procura saber quais vagas mais estão em aberto; e quais cargos são mais difíceis de preencher.
Joinville é um dos municípios brasileiros que mais criaram empregos em 2018. A sua posição geoeconômica favorecia tem atraído cada vez mais pessoas para cá. Muitas delas sem as qualificações desejadas por indústrias e prestadores de serviços.
O maior temor de empresários de Joinville é que, daqui a alguns anos, a já percebida carência de gente qualificada para atividades mais especializadas e técnicas, trave o crescimento dos negócios e comprometa a competitividade do município, no médio e longo prazos, apesar de toda a riqueza criada e das potencialidades desenvolvidas no município. Afinal, trazer trabalhadores de fora – "importar" gente – sempre é mais complicado – e caro.
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