O CEO do Perini Business Park, Marcelo Hack, está otimista com os negócios e, nesta entrevista, conta sobre expansão do empreendimento, acredita que a economia volte a padrões de 2019 daqui a um ano e meio, e ainda fala sobre a importância de se melhorar a infraestrutura viária de Joinville.

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Como está sendo este ano de 2020 para o Perini Business Park?

Marcelo Hack – O mercado está relativamente aquecido. Os clientes estão chegando. São operações que vão ser consolidadas depois de 2021, no longo prazo. A crise desencadeada pelo novo Coronavírus paralisou os negócios no começo, mas as grandes corporações, as empresas maiores e que têm capital, fazem seu planejamento para vários anos à frente. O Brasil está sendo olhado com bastante atenção.

Virão novas empresas para o Perini Business Park?

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Marcelo – Sim. Em breve uma empresa norte americana vai se instalar no Perini. Vai ocupar 7 mil m2. A indústria já atua no Brasil e a nova unidade vai atender clientes dos países da América Latina. Detalhes? Sobre esse assunto específico não posso falar mais nada por enquanto.

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Também está em construção um data center no complexo multissetorial. Como é isso?

Marcelo – O Ágora DAT será entregue em dezembro deste ano. O Perini Business Park e o Armazém Datacenter firmaram parceria que dá origem ao terceiro prédio do Ágora Tech Park: o Ágora DAT. Moderno datacenter de 700m², com obras já em andamento, localizado na área central do parque tecnológico, entre o Ágora HUB e o prédio da UFSC.

O que terá de diferencial?

Marcelo – O empreendimento foi concebido com todos os requisitos de projeto, arquitetura e tecnologia para obter a certificação TIER – maior chancela internacional para este tipo de empreendimento, que atesta a eficiência técnica e operacional, traduzindo-se em garantia de segurança, qualidade e disponibilidade das informações armazenadas. Entre projeto, obra civil, instalações e equipamentos, o investimento é de R$ 20 milhões.

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Por que veio para Joinville, para o Perini?

Marcelo – De acordo com os empreendedores da Brusque Participações, a expansão das atividades do Armazém Datacenter visa quadruplicar o faturamento do grupo no segmento de tecnologia, ampliando o portfólio de clientes para empresas de grande porte e organizações que desenvolvem transações online. A possibilidade de instalação no Perini, maior parque empresarial multissetorial da América do Sul, integrado ao ecossistema de inovação do Ágora Tech Park, foi decisiva para a definição da localização da planta em Joinville – as outras possibilidades eram Florianópolis e Blumenau.

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Quando vai ser inaugurado?

Marcelo – A inauguração do Ágora DAT será em janeiro de 2021 e, então, o Armazém – que já é um dos maiores e mais tecnológicos datacenters do Sul – vai se tornar o único da região a contar com dois sites e o quarto a obter a certificação TIER III.

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Há outros projetos de crescimento?

Marcelo – Hoje temos 305 mil m2 construídos com 240 empresas de 14 países instaladas. Iniciamos o ano de 2020 com 6.500 trabalhadores, sem contar as 2 mil pessoas que frequentam a Universidade Federal de Santa Catarina, o campus da UFSC, – este, agora, sem atividades por causa da pandemia do novo Coronavírus.. Claro que a pandemia tirou empregos. Evidentemente que as operações de serviços estão esvaziadas.

Em fim de agosto, qual é a situação?

Marcelo – Já estamos acima de 70% do movimento normal antes da pandemia.  É preciso lembrar que muitas empresas estão trabalhando em home office. A pandemia abriu a cabeça para se trabalhar de forma bem produtiva, mesmo não sendo dentro das empresas. A pandemia permitiu melhorar a produtividade e racionalizar custos.

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Em março-abril, parecia que viveríamos o fim do mundo…

Marcelo – Parecia que o mundo ia acabar. Foi um verdadeiro susto. De maio em diante voltou o otimismo. Com todos os cuidados que se requer, claro. Depois as pessoas se acostumaram, houve mudanças de hábitos, melhorias nas estruturas de escritórios, redirecionamento dos padrões de consumo. Diria que 80% das empresas estão satisfeitas. O segmento mais afetado, crítico, é o  automotivo, que ainda sofre muito.

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Como enxerga o cenário macroeconômico?

Marcelo – As coisas estão melhorando. A pesquisa mensal Focus já mostra que o recuo do PIB será menor do que se falava há dois meses. E a cada semana o percentual de queda previsto cai. Na última  o indicador apontava – 5,6%. Já tinha sido de 7%. E pode fechar o ano com menos 4%, ou algo perto.

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Voltaremos a níveis de crescimento razoáveis quando?

Marcelo – O ano de 2021 vai ser um ano muito melhor. Acredito que em 18 meses vamos voltar ao patamar de 2019. Boa parte das indústrias se recuperaram. Há contratações em importante empresa da linha branca – e isso é um sinal muito significativo.

O senhor é vice-presidente da Acij para a área de infraestrutura. Recentemente houve reunião com o governo estadual para investimentos em Joinville.

Marcelo – A reunião – que aconteceu na semana passada – foi muito boa. A Acij vai trabalhar intensamente para que as obras de duplicação da Edgar Meister/Hans Dieter Schmidt; do eixo K e a abertura da avenida Jaceguaý ocorram. Há boas chances disso acontecer. Faremos pressão contundente para a voz de Joinville ser ouvida. Estas obras vão ajudar a desenvolver a região norte da cidade. A construção de um viaduto resolveria 80% dos problemas.

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