Cacifado após ter liderado negociação política que resultou em solução temporária para a polêmica questão dos benefícios fiscais – agora suspensos até julho deste ano -, o presidente da Assembleia Legislativa, Julio Garcia (PSD) foi o protagonista da primeira reunião do conselho deliberativo da Associação Empresarial de Joinville, a Acij

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Habilidoso no trato de questões espinhosas e formulador de composições de interesses divergentes, afirma que o governo estadual deve estimular a economia e é duro com o ex-governador Pinho Moreira:

— Ao editar dois decretos extinguindo benefícios fiscais, gerou instabilidade. O importante é a iniciativa privada e o setor público protagonizarem, juntos, as equações.

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Evitando cantar vitória, diz que a solução encontrada foi uma vitória da iniciativa privada, e não uma derrota do governo do Estado.

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Na linha do discurso liberal tão em voga, argumenta que o governo deve se preocupar a com a melhoria da saúde, educação, segurança, infraestrutura.

Neste caso, aponta: basta ver a situação da BR-280, aqui no Norte, que liga a região ao porto de São Francisco do Sul. Perguntado se o governador terá vida fácil no Legislativo, aproveita para dar um recado a Carlos Moisés:

— O governador terá vida fácil na Assembleia Legislativa quando seus projetos e atos forem do interesse do Estado. A Assembleia pode proporcionar soluções. A sintonia com o governo estadual é importante. Temos de ajudar com soluções harmônicas.

Próximo dos empresários

Os gestos e a fala do experiente parlamentar, com ideário próximo ao do empresariado, mais do que sugerem: ele será uma figura de proa na cena política estadual pelos próximos dois anos, no mínimo.

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Garcia defende mudanças radicais no modelo administrativo dos governos.

— Não basta reduzir o número de comissionados. Nem só cortar os cafezinhos. Isso não resolve o problema. Tudo ajuda, mas precisamos de reformas estruturantes. A linha do ministro da Economia, Paulo Guedes, é a adequada.

Disputa pelo poder

Satisfeitos com o desempenho do atual presidente do porto de São Francisco do Sul, Luís Henrique Furtado, há grande pressão de lideranças empresariais e, mesmo de trabalhadores e gente de órgãos públicos com negócios relacionados a atividade portuária, para

que o governador do Estado Carlos Moisés não faça a troca de comando por um homônimo no sobrenome (João Batista Furtado), que é ligado ao PP e ao Coronel Armando, do PSL. A resistência à mudança tem duas razões principais: a elogiada performance de Luis Henrique

à frente da administração em pouco mais de um ano de gestão é o principal. O outro motivo é que o servidor de carreira João Batista Furtado, indicado para suceder o atual administrador não tem o apoio de parte relevante dos que operam e atuam dentro e no entorno

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do porto. O assunto será tratado na reunião da SCPar, nesta terça-feira, dia 12. A SCPar é órgão do governo estadual, dona do porto público.

Evento na Acij

O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina participou da primeira reunião do conselho deliberativo da Associação Empresarial de Joinville, na segunda-feira. Na foto, Julio Garcia (PSD) com João Martinelli, presidente da Acij.