O governo de Santa Catarina não sabe o que quer. Nem para onde caminha. Não bastassem todas as intrigas internas por conta do afastamento temporário do governador eleito Carlos Moisés e a ascensão da vice, Daniela Reinerh ao comando, o mais novo fato negativo é a demissão do secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, o empresário Rogério Siqueira. VIndo da iniciativa privada, compreendeu, em pouco tempo, que o mundo da política é diferente. E vai voltar ao ambiente corporativo no começo de 2021.
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Em seu lugar chega Henry Quaresma, um homem habituado aos bastidores, por onde transitou por anos a fio na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, a poderosa e influente Fiesc. É um outro perfil.
O que mais intriga é o momento para a troca. Afinal, em poucos dias, deputados estaduais e desembargadores do Tribunal de Justiça de Santa Catarina vão votar se mantêm Moisés afastado do poder — e aí, em definitivo — ou se o reconduzem ao posto até que novo pedido de impeachment seja apreciado. A aposta na segunda hipótese significa que, adiante, pode acontecer mais uma troca nas Pastas-chave da administração.
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Entrevista: “Vou cortar muitas secretarias, destravar a cidade”, diz Darci de Matos.
Evidentemente que num clima tão adverso, e com tamanha incerteza sobre quem manda, fica inviável estabelecer diretrizes e cumprir objetivos de médio e longo prazos. As mudanças sucessivas — Quaresma já é o terceiro secretário de Desenvolvimento desde janeiro de 2019 — inviabilizam qualquer possibilidade de implementação de políticas públicas diferenciadas do feijão com arroz.
E isso é péssimo em qualquer circunstância. Pior ainda num momento crítico, como o atual, quando as atenções se voltam à pandemia do novo Coronavírus, e as urnas deste ano já apontam para enfrentamento grande nas eleições para governador, em 2022.
Então, nesse clima de disse-me-disse, a pergunta que qualquer investidor se faz é: afinal, com quem eu devo marcar a reunião?