O presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Pedro Moreira, presente na Logistique – Feira de Logística e Negócios Multimodal – realizada em Joinville esta semana,  avaliou a realidade da logística brasileira e pediu soluções para o setor aos candidatos que disputam o segundo turno das eleições presidenciais neste domingo. Alertou, principalmente, para as deficiências da infraestrutura geradas pela falta de investimentos públicos.

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– O Brasil deveria investir entre 4% e 5% de seu PIB em infraestrutura, mas só investe em torno de 1%. Investimentos nas rodovias, ferrovias, portos e aeroportos,e a interligação dos modais e a expansão da multimodalidade são cruciais para garantir a competitividade do produto brasileiro. O Brasil precisa de investimentos de longo prazo em hubs logísticos, segurança jurídica e regras claras e taxas atrativas para quem quer investir. 

Estatísticas do setor apontam que o custo logístico brasileiro representa cerca de 12,5% do PIB, enquanto nos países desenvolvidos esse custo gira entre 8,5% e 9% do PIB. Isso é visto pelo setor como reflexo da ineficiência da infraestrutura disponível no Brasil e também decorrente de gargalos existentes. 

 

Concessão

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A PAC Log Logística Aeroportuária tem a concessão do terminal de cargas do Aeroporto Internacional de Navegantes e administra os terminais de carga internacional dos aeroportos de Curitiba, Goiânia, Recife, São José dos Campos e Vitória. Pertence ao grupo Poly e integra a divisão de empresas de serviços logísticos 4P Logistics.

Em Navegantes deve pagar perto de R$ 297 milhões à Infraero pela operação do terminal até o fim do contrato, de 25 anos, além da previsão de investimentos de R$ 22,9 milhões para ampliação da infraestrutura para operações com cargas.

Sobre o assunto, o presidente da Infraero, Antonio Claret de Oliveira, disse que grande área de Santa Catarina é hoje subutilizada pela impossibilidade de acesso adequado. 

– Estamos buscando solucionar esses gargalos com investimentos em nossa infraestrutura aeroportuária. Entre os projetos da companhia para o Estado estão a mudança no processo de gestão do aeroporto internacional de Navegantes, com a licitação de hotel e centro de promoções na área do terminal –  e também a implementação de nova estrutura dos terminais de cargas, hoje operados pela PAC Log.    

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Portos e terminais

A Logistique reuniu os portos de Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul, os terminais portuários privados Porto Itapoá e TESC, e as empresas armadoras Aliança Navegação e Logística, Log-In e Hamburg Süd e serviu como vitrine para a infraestrutura portuária catarinense. O Porto Itapoá é um terminal novo, com apenas sete anos de mercado e já ocupa a quinta posição no ranking de movimentação de contêineres. Tem potencial operacional de 1,2 milhão de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

E há novos investimentos na ampliação das áreas de armazenagem e infraestrutura de cais, com término previsto para 2021, ampliando a capacidade para 2 milhões de TEUs. 

A SCpar, empresa pública que detém a gestão dos portos de Imbituba e São Francisco do Sul, mostrou os diferenciais do porto instalado do Sul de Santa Catarina, única estrutura portuária multicargas do Estado que opera contêineres, grãos, cargas vivas, líquidos e minerais. 

 

Comércio bilionário

Os portos catarinenses – Imbituba, Itajaí e São Francisco do Sul, mais os terminais de uso privado Porto Itapoá e Portonave S/A – Terminal Portuário Navegantes – movimentaram uma corrente de comércio de US$ 9,404 bilhões entre janeiro e junho deste ano. As exportações somaram US 3,005 bilhões e as importações US$ 6.399 bilhões. Juntos, estes portos catarinenses ocupam a 12ª posição no ranking nacional dos estados exportadores e segunda posição no ranking dos importadores.

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