Influenciada pela greve dos caminhoneiros e ainda contaminada pela imprevisibilidade do cenário eleitoral, a economia brasileira cresceu míseros 0,2% no segundo trimestre frente aos três primeiros meses do ano, informou na sexta-feira o IBGE. Ainda que os números trimestrais do PIB não sejam negativos desde a largada de 2017, o crescimento a passos de tartaruga derrete as expectativas de deslanche da atividade produtiva que se desenhavam no início de 2018. O relatório Focus do Banco Central da semana que passou aponta que a soma das riquezas nacionais deve avançar tímidos 1,47% neste ano. Em janeiro, o mesmo boletim feito a partir de perspectivas de instituições financeiras indicava alta mais animadora, de 2,69%.

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O resultado acumulado entre abril e maio só não foi pior por conta do setor de serviços, que tem peso maior na economia e avançou 0,3% no período. A agropecuária ficou estagnada e a indústria (-0,6%) e a construção civil (-0,8%) caíram. Dado ainda mais preocupante: a Formação Bruta de Capital Fixo, que mede o aumento de bens de capital das empresas e é sinalizador de novos investimentos, regrediu 1,8% no período.

Não dá para festejar alta de 0,2% no período, ainda mais porque o IBGE revisou para baixo a expansão da riqueza nacional do primeiro trimestre, de 0,4% para 0,1%. O Brasil parou. A constatação que se faz ao acompanhar o comportamento dos agentes econômicos e da sociedade em geral agora se expressa em números oficiais.

Economia é uma ciência social, que se ampara em fatos objetivos do cotidiano e de expectativas de empresários e famílias em relação a perspectivas de investimentos e negócios, de um lado, e de interesse em consumir de outro. Quando a realidade assusta, todos puxam o freio de mão com força. Este comportamento retraído predominou em todas as frentes e comprometeu o crescimento potencial do PIB. Motivos não faltaram para a cautela.

O desabastecimento de mercadorias provocado pela paralisação dos transportadores de cargas, em maio, desestruturou toda a economia. Alcançou a indústria, que ficou sem matéria-prima para produzir, e atingiu o povo, que ficou sem comida nos supermercados. Faltou combustível para rodar. Este quadro negativo coincidiu com o estratosférico desemprego. São cerca de 13 milhões de brasileiros nessa condição, ou 27 milhões sem nenhuma ocupação, quando se considera o conjunto dos que também não procuram mais trabalho porque desistiram – tecnicamente são considerados “desalentados”.

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E não é só: os investidores deixaram os projetos para adiante. Nem poderia ser diferente quando há uma absoluta indefinição do quadro eleitoral, outro elemento a segurar as ações. Com candidatos na ponta das pesquisas eleitorais sem explicitar claramente suas propostas para a economia, raros são os que decidem construir fábricas ou viajar para o exterior.

A conjunção destes e de outros fatores inibe a expansão da economia, que já vem em paralisia há quatro anos. A letargia do Brasil faz empobrecer o presente e, tão ou mais grave, atrasa o nosso futuro diante do crescimento de países centrais e emergentes.

(*Com Pedro Machado)

 

Gigantes se unem

A superintendência geral do Cade aprovou sem restrições, em parecer, a constituição da nova empresa “Juntos Somos +”, da qual participam Votorantim Cimentos, Gerdau e Grupo Tigre. Trata-se de um programa de fidelidade voltado para o desenvolvimento do segmento de varejo da construção civil no Brasil. A iniciativa funciona como um programa de benefícios, tendo como objetivo contribuir para a profissionalização do varejo de materiais de construção ao ajudar a loja e seus vendedores a se desenvolverem e se capacitarem profissionalmente.

Os benefícios envolvem, por exemplo, cursos profissionalizantes, treinamentos de gestão, bens e equipamentos e softwares de venda, entre outros.
O parecer da superintendência, ainda passível de recurso, converge com o entendimento das três empresas no sentido de que o Juntos Somos + é pró-competitivo, inovador e visa incentivar ainda mais a concorrência nesse mercado, com resultados benéficos aos consumidores e lojistas.
 

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Startups selecionadas

O InovAtiva Brasil, programa gratuito de aceleração para negócios inovadores de qualquer setor e região do Brasil, realizou a oitava edição dos eventos Bootcamp nacional e Demoday InovAtiva, que contaram com mais de 300 empreendedores, investidores, especialistas e parceiros. Participaram 68 investidores e 83 mentores de organizações como Google, Braskem, Randon, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Techmall, Woow, Renault, Startup Farm, GV Angels, ACE, Redpoint e Baita.

Foram apresentadas 1,2 mil ideias – e 12 selecionadas. Estudo realizado pela Associação Brasileira de Startups em parceria com a Accenture revela: Santa Catarina concentra o maior índice de densidade de startups por Estado. E Florianópolis concentra o maior índice de densidade de startups por cidade. Ao todo, 13 startups catarinenses participaram do evento.

Duas das 12 empresas selecionadas são de Florianópolis: a Feedz, plataforma de engajamento de colaboradores, e a Hobot, sistema plug-and-play para casas e escritórios.

 

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