O mercado acionário passou a ser uma alternativa interessante de investimentos e os catarinenses estão descobrindo isso, já que a remuneração de papéis de renda fixa deixaram de ser atrativos por causa da taxa de juros muito baixa, diminuindo fortemente a rentabilidade. Dados comparativos de dezembro de 2019 e de outubro de 2020 revelam o crescimento dos investimentos feitos na B3. Vamos a eles, então.

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No último mês do ano passado, Santa Catarina aparecia em sexto lugar no ranking de Estados com maior número de investidores: eram aproximadamente 74 mil, dos quais 15 mil mulheres e 59 mil homens. Eles tinham aplicado um total de R$ 7,9 bilhões, e elas outros R$ 2,3 bi, totalizando R$ 10,2 bilhões em recursos na Bolsa de Valores.

Para se compreender a evolução no período de dez meses – de janeiro a outubro deste ano -, basta mostrar os números de outubro passado. Havia 35 mil mulheres apostando fichas em negócios de renda variável na B3, um salto de 133% num período curto. O total aplicado, por elas, era de R$ 2,9 bilhões, um acréscimo de 26% em relação a dezembro do ano passado.

Também entre os homens houve evolução significativa. No último mês de 2019, 59.500 tinham aplicações na Bolsa, que totalizavam R$ 7,9 bilhões. Mais recentemente, há pouco mais de um mês, já havia 115 mil homens com aplicações, somando R$ 11,4 bi. Significa dizer que há aproximadamente 150 mil pessoas físicas de Santa Catarina colocando parte de suas economias em ações de empresas listadas na B3.

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Em todo o país, em outubro deste ano havia 3,14 milhões de brasileiros arriscando dinheiro na Bolsa, dos quais 810 mil eram mulheres e 2,3 milhões de homens. O total aplicado, no conjunto, somava R$ 380 bilhões, dos quais as mulheres participam com R$ 80 bilhões.

Sim, faz todo sentido esse súbito interesse em colocar recursos na Bolsa de Valores. Se há oscilações frequentes e grandes – e, certamente as há, justamente porque este é o mecanismo da B3- ainda assim é adequado se pensar em obter rentabilidade maior do que a poupança ou, até mesmo, o Tesouro Direto, nestes tempos de juros quase no chão.

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Aumento na faixa de 26 a 35 anos

Outra informação que chega pelos relatórios da B3, é o aumento do número de investidores na faixa de 26 a 35 anos de idade. Gente que está experimentando a renda variável, e pensando nas finanças a médio e longo prazos.

Se este grupo de pessoas predomina em número total de investidores, são os com um pouco mais de idade – especialmente os com mais de 56 anos em diante – , que têm mais dinheiro aplicado na Bolsa. Nada mais lógico: a tendência é essa mesma: à medida em que se envelhece, é possível supor que a classe média alta tenha conseguido poupar algum dinheiro.

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E, se o mercado de ações promete solavancos, também pode render bom dinheiro, quando se pensa paras além de três anos, exatamente para tentar fugir das flutuações naturais, de curto prazo, já que ele responde aos fatos – e boatos – das cenas econômica e política, tanto interna como externamente.

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Investimentos estrangeiros

Está claro, porém, que já há muitos olhos – e bolsos – enxergando boas possibilidades na Bolsa. Um dado mostra isso: em novembro, os investidores estrangeiros colocaram R$ 33,3 bilhões na B3. No mesmo mês, os investidores conseguiram recuperar boa parte das perdas havidas ao longo deste ano.

O Ibovespa subiu 15,9% no mês passado, a maior alta desde março de 2016. Mas, como os meses iniciais de 2020 foram muito difíceis por conta da paralisia da economia, derivada da situação da pandemia do novo Coronavírus, o recuo da B3 ainda estava em 5,8%, até a quarta-feira dessa semana. Sim, a Bolsa é isso: vai-e-vem, ao sabor do que acontece.