Que a gastronomia é uma arte que acompanha a história da humanidade, todos sabem. Que a atividade ganhou força e se tornou um elemento importante para a economia, também. Para o chef de cozinha internacional Enio Valli consultor em gestão empresarial de restaurantes, nenhuma receita dará certo se o empreendedor que atua neste segmento cada vez mais competitivo, não agregar a sua alma ao seu negócio, seja uma lanchonete ou casa com os mais sofisticados pratos no menu que ofereça aos clientes.
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– O que fará diferença é a essência do que o empresário se propõe – explicou durante evento em Jaraguá do Sul, no dia 5.
Iniciativa da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul e do Sebrae de Santa Catarina, o seminário Gastronomia e Turismo reuniu empreendedores e operadores dos segmentos ligados às cadeias produtivas destes dois setores. O objetivo é estimular a integração e fortalecer os negócios nas regiões Norte e Nordeste do Estado.
O seminário marcou a conclusão do projeto Food Experience, iniciativa realizada em parceria entre a Acijs e o Sebrae. Durante 18 meses de 2017 a 2018, o projeto envolveu empreendedores em atividades de capacitação voltadas à maior profissionalização da gestão e visando a melhoria da competitividade.
Valli explica:
– Quando a situação econômica do Brasil estava aquecida, o segmento crescia em média 9% ao ano. Em 2016 esta taxa caiu para 4%; e em 2017 chegou a 2,7%, enquanto no mesmo período, o turismo cresceu 5,5% e garantiu que a queda no setor de gastronomia, como um todo, não fosse maior.
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Culinária regional
Valli vai além:
– O empresário de alimentação deve estar atento às tendências, como o aumento no uso de tecnologias nas operações de serviços, a adoção de cardápios mais enxutos (menos opções de pratos e preços mais atrativos), sugestões de alimentos mais saudáveis (ingredientes menos industrializados). As pessoas não procuram uma casa para comer algo com gosto de plástico, querem comida de verdade, algo que traduza a alma do empreendimento.
Para o especialista, aproveitar as oportunidades que a cadeia do turismo oferece ao setor de gastronomia pode ser uma alavanca para a sustentabilidade de empreendimentos. Há várias oportunidades, basta ficar atento. Valorizar a culinária regional é um atributo essencial para fazer diferença no mercado e conquistar clientes engajados, que procuram novas experiências.
O que querem os clientes de restaurante
Em 2016, um em cada três restaurantes brasileiros fecharam o ano com prejuízo. Em 2017, um em cada quatro, e esta média deve continuar. Pesquisa internacional da Culinary Visions Panel mostra que:
73% dos clientes querem mais alimentos funcionais (aqueles que ajudam o sistema digestivo).
83% dos clientes buscam restaurantes mais comprometidos com a sustentabilidade ambiental.
66% dos clientes querem pratos com mais proteínas.
76% dos clientes dizem buscar evitar menus com pratos menos saudáveis.
66% dos clientes querem receitas (refeições, sobremesas e lanches) que lhes façam sentir-se bem.
88% dos clientes querem mais frutas nos cardápios.
87% dos clientes pedem bufês com mais vegetais.