A pandemia da Covid-19 antecipou tendências e agravou a crise econômica mundial. Suportar essa fase exigirá mudanças, novas prioridades das empresas e nos investimentos. Há 30 anos, o foco era em empresas de alta performance. Mas, para sobreviver aos próximos dez anos, as empresas terão de ser mais robustas, ter mais resistência. É no que acredita o professor Paulo Vicente Alves, doutor em Administração. Em palestra na ExpoGestão Digital, disse que o mundo vai entrar no “mantra da resiliência”.

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Alves  abordou o cenário duas formas: ciclos hegemônicos e ciclos tecnológicos e uma projeção futura. De acordo com ele, cada revolução tecnológica gera uma revolução social e cultural que, por sua vez, dá início a uma revolução econômica. Para Alves, nunca haverá certeza sobre o futuro, mas é possível fazer projeções. Em sua palestra ele apresentou algumas, apoiadas na Teoria dos Ciclos de Kondratiev.

Essa teoria foi criada pelo economista russo Nikolai Kondratiev, durante o período de domínio da União Soviética. Defende que a dinâmica econômica global, a partir da primeira revolução industrial, é constituída de ciclos, onde fases de expansão econômica são seguidas de fases recessivas.

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– Acabamos de entrar na crise do final do ciclo tecnológico. Todo ciclo termina com uma grande crise, que força a reinvenção do  capitalismo. Nosso tempo é o quinto do ciclo. Vivemos a fase de recuperação, entre 1980 e 1992; da expansão, entre 1992 e 2005; e do esgotamento, de 2005 a 2018; agora, é o tempo da crise.

Alves explica: – Os indícios do início da fase de crise começaram em 2015, com a saída de refugiados da África e do Oriente Médio rumo à Europa, marcando transição de bandeiras nacionalistas e xenofobia. Esse mesmo movimento ocorreu em outras partes do mundo ao longo dos anos. Em 2018, ano da transição, por exemplo, os Estados Unidos começaram uma guerra comercial contra a China, marcando um período de maior protecionismo. E é nesse contexto que a gente entra no auge da crise. E, já impactados, fomos atingidos pelo evento da Covid-19.

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Alves destaca que a pandemia causou um desequilíbrio ainda maior no sistema, forçando a mudanças mais rápida: o auge da crise, matematicamente falando, ficará entre 2023 e 2026. Por isso, os próximos anos serão turbulentos, difíceis, o que nos forçará a sair para um mantra de resistência.

Quando isso começa a aliviar? Para o especialista, a data de referência é 2024, quando a NASA pretende voltar a pousar na lua, levando uma mulher. O investimento para este projeto, acredita ele, vai criar novas tecnologias, que darão início a um novo ciclo.

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