A paralisação dos caminhoneiros é absolutamente inadequada. Por mais justas que sejam as reivindicações, (a política de preços dos combustíveis – do óleo diesel em particular – deveria ser revista porque atinge em cheio o setor), a simples ideia de deixar de rodar para pressionar o governo a atender demandas da categoria tem, hoje, forte rejeição por parte da sociedade. Além de transporte de produtos essenciais, como alimentação, por exemplo, agora também há a questão sanitária.

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É indefensável uma paralisação no momento em que é necessário transportar vacinas e cilindros de oxigênio para a população que enfrenta a pandemia da Covid-19 e pode morrer se não tiver acesso a isso rapidamente.

O país é abastecido por caminhões que andam pelas nossas estradas. Transportam 70% de tudo o que se produz. Daí, a sua essencialidade para o conjunto da sociedade. Respeitar a categoria e dar-lhe adequadas condições de trabalho e remuneração, sim. Apoiar paralisação, não.

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Tem razão o presidente da Federação das Empresas de Transporte e Logística de Santa Catarina, Ari Rabaiolli, quando afirma que “agora é diferente de 2018”. Há três anos, em seu começo, a greve dos caminhoneiros ganhou apoio das pessoas para, logo depois, o desencanto, o desabastecimento, a revolta.

Ainda, diferentemente de 2018, desta vez o governo resolveu, desde já, colocar as polícias nas rodovias para evitar bloqueios.

–  O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, nos disse que garantirá o fluxo dos caminhões daqueles que querem transportar mercadorias. Nós, os transportadores, vamos garantir o abastecimento, se as estradas estiverem livres, completa o líder empresarial catarinense.

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E vai além: – defender um novo movimento de greve de caminhoneiros seria atuar contra o Brasil, sobretudo neste momento em que a nação tanto precisa de colaboração do setor produtivo. A federação quer que haja mais diálogo entre governo e entidades.

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Evidentemente, os investidores também estão de olho nos desdobramentos da paralisação dos caminhoneiros. O olhar atento vai para a possibilidade – remota, aparentemente – de faltar mercadorias, o que significaria impacto negativo para o crescimento da economia.