*Por Luan Martendal, interino
Os representantes das indústrias moveleiras do Norte catarinense cumprem agenda com parlamentares nesta semana em Brasília para tentar revogar a decisão do presidente Michel Temer, sancionada no último dia 30, que incluiu o setor na lei de reoneração. A medida foi tomada em meio a concessões feitas pelo governo federal em decorrência da greve dos caminhoneiros. Em uma estimativa ainda primária e até conservadora do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul (Sindusmobil), com a medida somente entre as indústrias do município e de Campo Alegre, os empresários do segmento podem ter que arcar com uma conta de cerca de R$ 20 milhões anuais.
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O valor é referente aos gastos com a reoneração da folha de pagamento e redução dos créditos do Programa Reintegra das indústrias exportadoras. Assim, os moveleiros voltam a contribuir para o INSS sobre a folha de pagamento com alíquota de 20% e perdem o direito de pagar entre 2% e 4% do faturamento bruto, o que ampliava a competitividade no mercado internacional.
Na região, o presidente do Sindusmobil, José Antonio Franzoni, aponta que a mudança prejudica, principalmente, os cerca de 5,5 mil empregados do ramo. “O setor como um todo vinha em um processo de recuperação, estava revertendo a crise dos anos de 2016/2017 e esses problemas acabam enfraquecendo essa evolução. Fomos duplamente atingidos com as medidas intempestivas tomadas pelo governo, que estava acuado”, relata. Apesar disso, neste ano, ele afirma haver um crescimento modesto de 5% nas exportações com relação a 2017.
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O pólo moveleiro do Planalto Norte de Santa Catarina, formado por São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre, é um importante motor econômico para a região. Uma das provas disso é a expectativa de negócios e público que a 28ª edição da Feistock deve gerar entre hoje e domingo (10), na Promosul, de São Bento do Sul. São esperadas cerca de 30 mil pessoas na feira de móveis e decoração, que reúne mais de 100 expositores e cerca de seis mil ofertas diretas ao consumidor. Os preços chegam a ser até 70% menores que os do mercado varejista e o volume de negócios supera anualmente a marca dos R$ 14 milhões.