São indiscutíveis as grandes vitórias de Moisés e de Jair Bolsonaro. A população destruiu, nestas eleições, a política tradicional com a arma do voto, e agora espera por mudanças profundas na forma de cuidar da coisa pública. Se isso vai se comprovar ou não, o futuro imediato dirá.

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Claro que o resultado das urnas dará enorme cacife a ambos no começo de suas administrações. Mesmo assim, poderá ser um equívoco supor que a vitória de Moisés criará um novo polo radicalmente transformador de poder em Santa Catarina.

A lógica é que ele vá governar com quadros do MDB e gente de carreira da administração pública estadual, já que o seu partido, o pequeno PSL, sabidamente não possui quadros, nem estrutura para viabilizar a gestão sozinho. O MDB está no poder há décadas, quer como sigla principal, quer como ator coadjuvante, porém sempre superinfluente.

Além disso, ninguém, isoladamente, consegue se sobrepor à máquina pública estruturada, de modo que será necessário conviver com a realidade de um corpo funcional competente, sim, mas historicamente refratário a transformações gerenciais profundas.
As mudanças na nova administração estadual, sem dúvida, serão de estilo. Um egresso da carreira militar certamente será, nos gestos, diferente de políticos profissionais, aos quais nos acostumamos, ao longo de anos e anos, na Casa D’Agronômica.

 

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Crédito

É claro que cada novo governante ganha um crédito de confiança prévio. Não será diferente desta vez. Haverá carência e compreensão, antes das cobranças necessárias. Tanto o governador quanto o presidente eleitos terão muito trabalho pela frente para demonstrar capacidade de melhorar as realidades estadual e nacional.

O estilo de cada um – mais tranquilo ou mais temperamental –, embora importante e revelador de personalidade, será menos relevante do que as futuras ações como gestores públicos. 

A partir de segunda-feira, verdadeira romaria de políticos e empresários irão ao encontro do comandante, como é natural nestas horas. Muita gente com interesses a defender procura estar próximo e parecer íntimo de quem manda.

 

Olhar para Joinville

Aqui para Joinville, que nomes ele, Moisés, trará para sua equipe? Quem de Joinville vai compor o primeiro escalão de seu governo? Que ideias vão apresentar? Quais pastas Joinville – a mais importante cidade catarinense do ponto de vista de geração de riqueza e arrecadação de tributos – vai receber? Estas são perguntas a serem respondidas ao longo das próximas semanas – no máximo até meados de dezembro.

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Lembrados 

Passada a eleição, é hora de acompanhar a formação do secretariado do governador eleito. Ao longo do primeiro turno das eleições, lideranças empresariais de Joinville chegaram a cogitar dois pesos pesados como possíveis integrantes do primeiro escalão para compor o governo do Estado: o ex-presidente da Tupy Luiz Tarquínio Sardinha Ferro e o ex-presidente da Tigre Amaury Olsen. 

 

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