Termina nesta sexta-feira a capacitação de 60 educadores – 30 de matemática e 30 de ciências – de escolas municipais de Joinville. Eles recebem formação com os especialistas Boon Liang Chua e Kok Siang Tan, de Singapura. Os asiáticos mostram técnicas e modelos pedagógicos aplicados lá. Singapura é líder mundial de educação nas duas disciplinas.

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O trabalho, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, Movimento pela Educação em Santa Catarina, Sesi e Prefeitura de Joinville, vai abranger alunos da sexta à nona série. O alcance da iniciativa previsto é de 50 mil alunos neste ano, de um total de 75 mil em toda a rede. Para isso ocorrer, haverá multiplicação de professores capacitados, durante os próximos trimestres, até o fim do ano.

O gestor do programa do Instituto Ayrton Senna, Emílio Munaro, explica o formato da iniciativa em entrevista exclusiva à coluna.

Por que Joinville foi escolhida por Singapura para ser o primeiro município brasileiro a receber este acompanhamento pedagógico?

Emílio Munaro – Joinville foi escolhida por estar num nível de maturidade (sala de aula, infraestrutura e formação de professores) avançada no contexto brasileiro. Já acompanhamos Joinville há algum tempo. A ideia surgiu de missão do Movimento pela Educação a Singapura no ano passado.

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Como se fará a avaliação de desempenho?

Munaro – Apuramos os dados de aprendizagem dos alunos referentes ao final de 2017. Temos, assim, uma “foto de entrada”. Trimestralmente, serão realizadas avaliações e, no fim do ano, teremos uma nova “foto atualizada” do aprendizado coletivo, com o que foi desenvolvido ao longo dos meses.

Que critérios serão utilizados para medir a qualidade do aprendizado?

Munaro – Há vários aspectos a serem medidos. Frequência dos alunos às aulas e notas nas avaliações periódicas são alguns deles.

E há, na metodologia, aplicação de questionários aos alunos…

Munaro – Sim. Os professores locais serão os interlocutores nessa questão. Este é um outro componente importante. Em especial, o destaque da metodologia é o que se chama “desempenho socioemocional do aluno”. Na prática, queremos que ele se aproprie do conhecimento e tenha a capacidade de raciocínio lógico, sem a tradicional decoreba.

Como isso é possível?

Munaro – Isso se faz mediante a conexão entre o conteúdo pedagógico com as situações práticas do cotidiano. Por exemplo, é fundamental o aluno ter senso crítico, espírito e prática colaborativos, trabalhar em grupo e conseguir relacionar as situações da vida com conteúdo programático. Enfim, também ter capacidade de resolver problemas. O propósito do currículo escolar é permitir a construção de um modelo de ensino que una habilidades e competências. Porque só as habilidades cognitivas já não são suficientes.

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Como o Instituto Ayrton Senna se integra a isso?

Munaro – O Instituto Ayrton Senna atua há 23 anos focado em melhoria da educação no País. Temos vários programas neste sentido. Para alfabetização, para alunos que estão atrasados nas séries em relação à sua idade e também outro voltado à inovação.

Quais são outros projetos que o instituto tem em SC?

Munaro – Há dois outros projetos: a de oferta da educação integral – já aplicado em 30 escolas estaduais neste ano, e outro em Chapecó, voltado à avaliação de criatividade e ao pensamento crítico dos alunos. Em ambos os casos, 4 mil estudantes são alcançados pelas iniciativas.

 

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