Há várias maneiras de se compreender o ambiente de negócios e o ritmo da economia. Indicadores que medem desempenho e expectativas sobram. Pode-se utilizar critérios diversos. Instituições oficiais, entidades empresariais e consultorias preparam – e divulgam – dados com muita frequência. Os números e as análises auxiliam a orientar decisões sobre investimentos e contribuem para que os mais variados agentes econômicos possam direcionar suas ações de forma mais adequada.
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Aqui não vamos tratar de faturamento, nem projeção de vendas ou de expectativas sobre o comportamento empresarial. O que nos move a uma reflexão são os dados sobre inadimplência fornecidos pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Joinville. O comparativo mensal para registros de devedores e cancelamentos de maus pagadores no SPC nos anos de 2015, 2016 e de 2017 indica relevante melhora no quadro econômico joinvilense, do ponto de vista do comportamento dos consumidores.
Vejamos:em 2015, o SPC anotou 44.510 registros de pessoas que ficaram sem condições de pagar suas contas naquele ano. No ano seguinte, o número caiu para 42.265. O que significa 2.245 a menos de um ano para outro. O recuo dos registros aponta na direção positiva. Impressiona, mesmo, a queda gigantesca dos registros de inadimplentes no SPC verificada no ano passado, em 2017. Foram apenas 32.839. Ou seja, quase 10 mil a menos do que um ano antes!
Cancelamentos também
O mesmo fenômeno ocorre ao se analisar as estatísticas de cancelamentos de registros. Este indicador mostra a quantidade de pessoas que pagaram seus débitos e, então, conseguiram sair da lista de negativados no SPC. Eles, portanto, voltam a ter direito de comprar a prazo no comércio.O comparativo nos conta que a curva também é descendente. Assim, em 2015, o SPC da CDL de Joinville apontou 47.478 cancelamentos; um ano depois foram 44.471 e, no ano passado foram só 40.423.
Aprendizado
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A soma destas informações nos dá uma boa pista: os joinvilenses aprenderam com os erros do super consumo de períodos anteriores; compreenderam a importância de refrear gastos para recompor suas finanças pessoais. Evidentemente, o alto nível de desemprego entre 2013 e 2015 determinou números elevados de registros no SPC. À medida em que as empresas recomeçaram a contratar e os empresários a enxergar ambiente mais favorável, houve recuos expressivos nas duas pontas. Faz todo sentido: a conquista de uma vaga no mercado de trabalho fez as pessoas correrem ao credor para saldar suas dívidas. A percepção do que virá um ciclo de atividade econômica mais satisfatório, igualmente amplia o horizonte positivo.
A causa
O superintendente da CDL, Jorge Domingues, argumenta na mesma direção, e complementa: – a partir de 2016, o crédito ficou mais restrito; tanto empresas como os consumidores ficaram mais cautelosos. E essa foi a causa essencial. O que já se observou neste primeiro mês de 2018, empiricamente, no balcão da CDL, é um grande número de consumidores buscando informações para regularizar sua situação financeira.
Os números, mês a mês, de 2017
Registros (entraram no SPC)
janeiro: 2.580
fevereiro: 2.243
março: 2.565
abril: 2.111
maio: 2.682
junho: 2.353
julho: 2.390
agosto: 5.114
setembro: 2.045
outubro: 3.299
novembro: 3.299
dezembro: 2.158
Cancelamentos (saíram do SPC):
janeiro: 3.357
fevereiro: 4.051
março: 4.249
abril: 2.898
maio: 3.238
junho: 3.429
julho: 3.937
agosto: 3.833
setembro: 3.816
outubro: 3.274
novembro: 3.274
dezembro: 4.341
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