Pela terceira vez seguida, a população de Joinville deu um claro recado nas urnas neste domingo (29): rejeita os políticos que fazem da política sua profissão. Isso acontece desde a primeira eleição do empresário Udo Döhler, em 2012; e, de novo, em 2016, na sua reeleição. Agora, quatro anos depois, com a vitória do também empresário Adriano Silva, o cenário se repete. Desta vez, a população de Joinville demonstrou que prefere campanha eleitoral pautada por propostas, sem ataques de qualquer tipo a adversários.

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Os joinvilenses compreendem que é hora de dar uma oportunidade a uma nova cara da política local, sem vícios antigos. É esse o recado direto das urnas, que elegeram o presidente da Pharma Catarinense e, portanto, frustraram a expectativa do deputado federal Darci de Matos em ser prefeito, nesta sua terceira tentativa. Darci, do PSD, que vive na e da política há 25 anos.

A população de Joinville elegeu Adriano para ele, e sua equipe, cuidarem da cidade com o zelo e a dedicação. Claro que no setor público há amarras legais a dificultar ações mais rápidas, já que o universo de regras burocratiza a tomada de decisões. E isso é diferente da iniciativa privada, onde prevalecem as regras do mercado e a vontade dos líderes.

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Mesmo assim, a favor de Adriano estará sua capacidade de ouvir os outros para encontrar as melhores soluções. Precisará disso para conversar com os diferentes segmentos da sociedade e, principalmente, com os vereadores eleitos.

E esta será, certamente, a prioridade, já anunciada pelo futuro prefeito da mais populosa e rica cidade catarinense: desburocratizar o serviço público — em especial a área de análise de concessão de alvarás e licenças. Sem isso, nada vai mudar, e a lentidão para aprovar projetos de empreendimentos novos, ou a ampliação de outros  já em operação no município, permanecerá retardando o progresso.

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Outro cuidado que a sociedade espera do próximo prefeito de Joinville é para com a região central, abandonada há anos, e com o seu ambiente deteriorado e inseguro, a merecer urgente requalificação, tanto sob eu aspecto físico, quanto em relação ao formato de uso dos seus espaços.

Há outras preocupações, lógico. A melhoria da mobilidade — hoje o trânsito e os congestionamentos reduzem a qualidade de vida e diminuem a produtividade dos trabalhadores – é, igualmente, urgente. Da mesma forma, como é urgente elevar a oferta de vagas em creches nos bairros mais afastados.

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Essa lista é apenas uma amostra dos desafios a enfrentar. Espera-se de Adriano e seu grupo de governo, que trate Joinville com carinho.

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Nestes duros tempos de Covid-19, o efetivo combate à disseminação ainda maior da doença, também se inclui na lista de ações prioritárias da próxima gestão. Há um problema de ordem prática a ser superado: o engessamento do orçamento municipal, por causa das despesas compulsórias definidas em leis a inibir investimentos vultosos com recursos próprios.

Dada essa realidade, será vital conseguir recursos junto aos governos estadual e federal, além de buscar dinheiro externo junto a bancos internacionais para fazer obras e melhorias imprescindíveis.

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O fato do prefeito atual Udo Dohler ter deixado as finanças mais em ordem, comparativamente com o momento quando as recebeu, há oito anos, — como apregoam secretários municipais —, vai auxiliar  Adriano nos seus primeiros meses de mandato. É este o tempo para conhecer o funcionamento da máquina pública para exercer o poder e mostrar o seu jeito de governar.

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Do lado do candidato derrotado, Darci de Matos, o que se espera é a continuidade de seu trabalho em Brasília, pelos próximos dois anos, trazendo recursos importantes para obras na cidade de Joinville. Afinal, é isso o que determinou o resultado das eleições: Adriano agir para honrar os votos recebidos e administrar o município para solucionar problemas; e Darci para atuar em defesa dos interesses maiores da cidade, no Parlamento, e junto a ministérios e órgãos públicos federais. Estes são os deveres de cada um deles daqui