O grupo Lunelli cresce a dois dígitos e vai inaugurar fábrica no Paraguai no dia 15 de agosto. O investimento na nova unidade soma US$ 20 milhões.
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Em entrevista exclusiva, o presidente Denis Luiz Lunelli explica as razões para a decisão e também e fala da importância da manutenção dos incentivos fiscais para a competitividade da indústria catarinense. A companhia tem fábricas em Guaramirim, e em outras cidades catarinenses e em outros Estados do Brasil.
O grupo Lunelli tem presença no mercado têxtil, com algumas marcas bem conhecidas no país. Quais são os planos da companhia?
Denis Luiz Lunelli – Há três motivos para a expansão dos negócios e ir para fora do Brasil. A primeira é, sim, a lei Maquila, no Paraguai, com incentivos tributários e facilidades para fazer negócios lá. A segunda razão é a grande disponibilidade de mão de obra jovem e interessada em trabalhar no setor de vestuário. Eles enxergam oportunidades de emprego e crescimento. E a terceira razão é que o Paraguai passa a se constituir em plataforma de exportação dos nossos produtos para outros países da América Latina.
A exportação representa que fatia do faturamento da Lunelli?
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Atualmente, exportamos menos de 2% e, então, há muito a ser feito nesse sentido. Será, sem dúvida, um dos caminhos para continuarmos a crescer.
A empresa tem crescido bastante nos últimos anos. A que se deve essa expansão?
Estamos colhendo os frutos plantados ao longo de dez anos. Alguns fatores foram decisivos para se chegar ao momento atual. Destacamos uma forte ideologia, uma crença grande e alinhamento estratégico de todos para alcançarmos os resultados. O principal foi focar nosso olhar para as pessoas com o devido cuidado.
Em 2018 o grupo cresceu a dois dígitos.
Sim, crescemos, em média, 12% no faturamento. Com um resultado final, de lucro, que vem se mantendo bem.
Quanto foi o faturamento no ano passado?
Atingimos R$ 800 milhões. E pretendemos crescer nem 2019 ainda num percentual bom.
Isso significa contratar mais trabalhadores?
Temos 4.300 funcionários em todas as unidades. E há pelo menos cem vagas a serem preenchidas. Principalmente nas de Corupá e Guaramirim. Em 2017 optamos em terceirizar a produção e, agora, entendemos que é hora de internalizar o trabalho. Ainda em relação ao crescimento, no ano passado, finalizamos a terceira etapa de fábrica no Nordeste. Temos unidades em Santa Catarina, em São Paulo, no Nordeste e no Paraguai.
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As marcas da Lunelli são bem reconhecidas. Especialmente a Lez a Lez.
Nossas marcas – Hangar 33, Lez a Lez, Lunelli, Lunender e Alakazzo – estão bem posicionadas. A Lez a Lez terá loja na famosa rua Oscar Freire, nos Jardins, em São Paulo.
O Brasil é um lugar difícil de fazer negócios?
A legislação brasileira atrapalha muito os negócios. Há excesso de burocracia, e gente tomando decisões que não tem nenhum conhecimento sobre a realidade das atividades empresariais. O Brasil é anti-empreendedorismo. Mas, mesmo assim, continuamos a apostar no país.
Aqui em Santa Catarina, há problemas por conta da política fiscal, a complicação das regras sobre incentivos fiscais. SC é competitiva frente outros Estados?
Santa Catarina vai sair do jogo se os incentivos fiscais deixarem de valer. A prevalecer o entendimento de que os benefícios fiscais são problema, empresas vão sair do Estado.
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Qual é a percepção macro?
Há incertezas sobre a economia. Esperamos pelos desdobramentos da negociação em torno da o projeto de reforma da Previdência. Ela é essencial.