A Golar Power, joint venture entre a norueguesa Golar LNG e o fundo norte-americano Stonepeak dedicada ao desenvolvimento de projetos de terminais de regaseificação de gás natural liquefeito e geração de energia, está com projeto para instalação de uma unidade flutuante de regaseificação na região do Sumidouro, em São Francisco do Sul (a região do Sumidouro, entre as praias do Capri e do Forte) é a mesma onde investidores pretendem construir o Porto Brasil Sul).

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Conhecida como floating storage and regasification unit (FSRU), a embarcação terá capacidade de fornecer 15 milhões de metros cúbicos do combustível por dia para atender indústrias, além de suprir a demanda de termelétricas nas regiões próximas ao empreendimento. A solução aumentará a segurança energética do Sul do País, após o término de parte dos contratos do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), em 2019. A unidade terá o nome de Terminal Gás Sul (TGS). O investimento previsto soma US$ 120 milhões e não envolverá qualquer construção em terra. 

O diretor da Golar Power do Brasil, Edson Real, afirma que o empreendimento deverá estar pronto, e em operação, em 2021. Explicou:

– Avaliamos diferentes áreas em São Francisco do Sul (Babitonga), Itajaí, Imbituba, Paranaguá e em Rio Grande (RS). A opção pela área no Sumidouro decorre de alguns fatores: o calado, com adequada profundidade – de 16 a 18 metros – é um deles. 

Licenciamento ambiental

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O protocolo de licenciamento foi entregue à Fatma (agora IMA) em agosto de 2017. E em abril de 2018 a multinacional vai protocolar o EIA-Rima.

– Estamos realizando todo o detalhamento que será descrito no estudo de impacto ambiental (EIA) e no relatório de impacto de meio ambiente (Rima). Mas o que podemos adiantar é que a política global da Golar é de extrapolar as normas internacionais de segurança, saúde e de sustentabilidade, tanto na fase de licenciamento prévio e instalação, quanto durante a própria operação – afirma Edson Real, diretor da Golar Power no Brasil.  

O processo de licenciamento está sendo analisado pelo Instituto do Meio Ambiente (ex-Fatma) para que o navio responsável pela armazenagem do gás natural liquefeito possa ser ancorado na baía e conectado a um gasoduto que levará o combustível até o ponto de conexão com o terminal de gás Brasil-Bolívia, o Gasbol, a 35 quilômetros do local. O empreendimento será o quinto do mesmo tipo realizado pela Golar, que já tem operações semelhantes na Croácia, na Malásia e em Camarões.

Futuro do gás

O objetivo do TGS é capturar fatia do mercado industrial que necessitará de fontes diversificadas de energia nas próximas décadas. Um dado conhecido: ao final de 2019 vence o contrato de fornecimento de GNV em volume de 18 milhões de metros cúbicos vindos do Gasbol. Outra possibilidade é a Bolívia reduzir de 30 milhões para 20 milhões de m³/dia seu fornecimento. Diante disso, parece natural surgir um novo player privado para atender à demanda da região Sul do país. Nesta perspectiva de dificuldades do Gasbol em conseguir suprir a demanda futura, a utilização de gás natural liquefeito se insere.

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