– O governo do Estado não vai negar informações sobre contratos de isenção fiscal concedidos a empresas em gestões anteriores. Estamos revisando todos. Vamos informar ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado os contratos todos – até mesmo os de gaveta – aqueles feitos por meio de atos administrativos, mas que não são decretos. Não sei quantos são. Nós vamos entregar estes dados sem expor as empresas.

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A fala é do governador Carlos Moisés, em Joinville, durante visita à Escola Teatro Bolshoi do Brasil. Diz que a CPI dos incentivos, na Assembleia Legislativa, trará a transparência que defende. Confirmou que não vai revogar, "de pronto", os decretos do governo anterior, que extinguiu benefícios tributários, como queria a Fiesc. Eles serão revistos e os beneficiários, no novo formato em preparação, terão de dar contrapartida.

Moisés também afirmou que a suspensão da licitação para ações de publicidade vai na mesma direção de transparência. Reafirmou o corte de 922 cargos comissionados.

Apoio certo

No Bolshoi, Moisés disse que "entende a importância da escola e que continuará sendo parceiro", para, a seguir, lembrar que assumiu uma herança financeira "que não é boa" e prometeu investir "naquilo que importa". Empresários de Joinville tinham pouca expectativa em relação à passagem do governador Carlos Moisés pela vez à cidade. Foi a primeira vinda dele à mais importante cidade catarinense em termos econômicos.

É lógica a prudência dos líderes empresariais. É preciso conhecer melhor o que pensa e como age o governador antes de lhe entregar documentos e pedidos. Como Moisés deixou claro em entrevista à coluna na terça-feira, a situação financeira do Estado é gravíssima.

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Os lugares

Neste contexto de penúria, e em início de mandato, não há como exigir algo. Essa missão institucional – a de reivindicar – cabe à Prefeitura, representando os interesses da cidade.

A escolha dos lugares por onde Moisés esteve também reflete as demandas recorrentes do município, e o quanto as lideranças valorizam o Corpo de Bombeiros Voluntários e a Escola Bolshoi. O primeiro em razão de sua importância histórica centenária para a cidade e para o empresariado. É a corporação que fiscaliza empreendimentos.

O outro, ícone cultural emblemático bem mais recente, a divulgar Joinville nacional e internacionalmente. Ambos, a cada ano, precisando de recursos – inclusive do Estado – para fechar suas contas, e dar conta de suas atribuições. Os Bombeiros querem formalizar convênio com o Estado no valor de alguns milhões de reais por ano.

Na UFSC

A ida ao Perini Businesss Park, com almoço nas instalações do campus da UFSC, é um reconhecimento ao mais relevante espaço de negócios, a representar 2,5% do PIB estadual e um quinto da riqueza criada em Joinville.

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Daí, o peso político e influência que tem. Moisés aproveitou para conhecer o Ágora Tech Park, com obras em fase final, a ser inaugurado em 30 dias. Na foto, a diretora geral do campus, Cátia Regina Carvalho Pinto; o governador Carlos Moisés e o prefeito Udo Döhler.