O governador eleito Carlos Moisés, que toma posse no dia 1º de janeiro, planeja fazer concessão do porto de São Francisco do Sul para atender exigência do próximo presidente da República, Jair Bolsonaro, e de sua equipe econômica liderada por Paulo Guedes.

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O atual secretário da Fazenda, Paulo Ely, que permanecerá no posto no governo Moisés, explica:

– Sim, o assunto (concessão do porto de São Francisco do Sul) está no radar, ainda não está decidido; haverá conversas internas.

Porto de Itajaí está na lista de possíveis privatizações no governo Bolsonaro

A questão passa por um ponto central: para o Estado conseguir renegociar sua dívida com a União, Banco do Brasil e BNDES, em contrapartida terá de encaminhar e promover concessões de ativos estaduais à iniciativa privada.

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É uma troca. Simples assim.

Santa Catarina tem dívida pública total (não apenas com Brasília) de R$ 20 bilhões.

A orientação já está dada em nome de melhoria nas contas públicas estaduais e, também, para melhorar a eficácia administrativa e operacional no sensível negócio de logística portuária.

 

Estudos em 2019

Ensaios para possível privatização do porto aconteceram nos últimos anos, mas nada de efetivo avançou. Foi um tempo para se sentir a temperatura. Nem havia clima político. Agora será diferente. A causa privatizante ganha força, domina as mentes dos próximos comandantes do Estado e do país e galvaniza múltiplos interesses.

Desta vez surge como solução – talvez, melhor dizendo, como alternativa necessária – para a economia deslanchar e crescer de forma mais robusta e sustentável. Os estudos técnicos de viabilidade econômico-financeira e toda a modelagem para definir os rumos do processo de concessão do porto de São Francisco do Sul serão iniciados em 2019.

A conclusão deve demorar um ano e meio, a dois anos, diz Ely, ele mesmo, adepto da ideia de se conceder a administração do porto público do Norte catarinense a um operador privado. Argumenta:

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– Basta verificar e comparar a eficiência dos portos de São Francisco do Sul (público) com Itapoá (privado); e o de Itajaí (público) com o de Navegante (privado).

 

Risco: modelo de privatização de portos proposto para o Brasil só existe em outros dois países