Qual é a solução para o Brasil ser um país melhor? Quem tem a resposta? Há uma resposta para cada situação específica e ao gosto de cada brasileiro? Ou a pergunta não tem resposta?

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Defrontamo-nos com a questão em face da paralisação dos caminhoneiros, que destruiu a cadeia produtiva em segmentos essenciais: alimentos e combustíveis. E que afeta toda a sociedade. Faltam produtos nas gôndolas, falta gasolina nos postos de combustíveis, a inflação sobe. E o que mais falta é bom senso. Os políticos não se entendem em Brasília – infelizmente, algo natural – e que tem as consequências que sabemos. E sofremos. 

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A política de preços da Petrobras, de acordo com a flutuação da cotação internacional do petróleo, é inflacionária? Sim, tem se revelado dessa forma ao longo das últimas semanas, com o desenlace vivenciado desde terça-feira por toda a população. Essa política de preços serve para países maduros, com economia absolutamente estruturada e com maior consciência de cidadania. Oportunistas, há donos de postos de combustíveis cobrando a gasolina a valores bem próximos a R$ 5. Ou mais. 

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Do ponto de vista macroeconômico, há que considerar a questão tributária. Quatro impostos incidem sobre as venda de combustíveis: ICMS, de cobrança dos Estados, com repasse parcial da arrecadação aos municípios; o PIS e a Cofins, cobrado pelo governo federal; e a Cide (tributo federal, que tem repasse aos Estados). Parece absurdo? Sim, é.

O Brasil continua sendo um país de mentalidade atrasada. Cada um só olha para seu umbigo. Alguns – parte do comércio – exorbitam nos preços dos produtos que vendem justamente no momento em que a sociedade mais sofre. Outros – os governos – não entendem que a tributação excessiva irradia raiva e desencadeia situações extremas, como a de agora. 

De concreto, a paralisação dos caminhoneiros trouxe à luz o que somos: uma nação com mentalidade egoísta, com políticas públicas geralmente focadas nos interesses setoriais. A realidade do desabastecimento e a maneira como autoridades se comportam nessa hora grave dão bem a ideia de nosso estágio evolutivo e de desenvolvimento. Cada um por si. Assim vivemos.


Surpresa
A Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) fez manifestação pública de apoio ao movimento promovido pelas empresas de transporte de cargas e caminhoneiros autônomos. Desde segunda-feira, a circ

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lação de veículos de carga está interrompida nas estradas de 24 Estados do país.

A explicação da entidade empresarial: 

– Entendemos que o custo do frete, que já é alto, vem sendo ainda mais afetado pela alta dos combustíveis devido à política de preços praticada pela Petrobras, desde 3 de julho do ano passado. Dessa forma, os reajustes ocorrem até diariamente, refletindo as variações do petróleo e derivados no mercado internacional, e também do dólar. Somente na semana passada, foram cinco reajustes diários seguidos. Os lojistas são diretamente prejudicados por essas altas constantes e também pagam a conta.

 

Tributação
 A incidência tributária é responsável por 27% do preço final do diesel, sendo 1% da Cide, 12% do PIS/Cofins e 14% do ICMS. A cobrança da Cide é de R$ 0,10 por litro de gasolina e de R$ 0,05 por litro de diesel.


Exaustão

O povo, nas ruas de Joinville, estava revoltado nesta tarde (24): queimou pneus, aplaudiu grevistas…

 

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