O estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Plácido, está otimista com o futuro. Lista fatores como inflação, juros e até mesmo o cenário político. Nesta entrevista, o profissional mostra onde é melhor investir e também comenta o ambiente econômico global. Ele estava em Santa Catarina na semana que passou e palestrou em Joinville e Blumenau.

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O senhor está otimista?

Muito otimista. Explico. A inflação vai baixar, a taxa de juros está no nível mais baixo desde muitos anos e pode até cair mais 0,25 ponto percentual, indo para 6,25% ao ano. Muito importante é a queda da inflação de alimentos. Neste ano, não haverá os vilões combustível e energia elétrica. A tarifa do combustível deve se estabilizar. A inflação, em 2018, vai ficar abaixo de 3,5%. Também há a perspectiva da taxa Selic cair em março mais 0,25 pontos. Acredito que o PIB pode ficar mais perto de 3,5% do que de 3%.

A confiança também sobe?

Sim. Tanto a do consumidor como a dos empresários. Para a população, a inflação é fator determinante. Tem efeito enorme sobre as famílias de baixa renda. Ainda na economia, o varejo está voltando a contratar.

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Ainda há dificuldades?

A ociosidade da indústria ainda é muito elevada, de 25% da capacidade de produção. Só são utilizados 75%, em média. Então, não precisa de grandes investimentos adicionais em expansão de fábricas.

De onde virão os investimentos?

Fundamental é o governo aprofundar a política de promover concessões de infraestrutura: portos, aeroportos, ferrovias, rodovias. Isso é positivo. Players internacionais – veja os chineses, suecos, norte-americanos, por exemplo – vem para ficar no Brasil. Há boas oportunidades nos segmentos de energia e logística.

Onde investir neste momento?

O ano não será de volatilidade gigante. Como os ganhos em renda fixa minguaram muito, é hora do investidor conservador migrar para o perfil moderado e o moderado para o agressivo. Gosto muito de aplicações em fundos multimercados, que combinam variadas formas e possibilidades. Também fundos de ações são interessantes.

A Bolsa ainda tem bastante para subir?

Se um candidato reformista ganhar as eleições, a Bolsa de Valores pode atingir 100 mil pontos.

O brasileiro gosta de formar patrimônio…

Claro. Por isso é uma boa opção o fundo imobiliário, isso faz parte da cultura do brasileiro. Um fundo imobiliário paga 0,60% por mês, livre de imposto de renda. E tem liquidez negociado na Bolsa.

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O ambiente internacional ajuda o Brasil?

Olho para diferentes geografias. A Coreia do Norte fala, ameaça, mas depois recua. O Oriente Médio exige atenção sempre, porque tem potencial de conflito e lá tem petróleo. E, evidentemente, também os Estados Unidos.

A decisão de Trump de proteger a indústria do aço local terá que efeitos?

A grande questão é se a China vai retaliar e, então, provocar guerra tarifária. Se isso ocorrer – uma guerra tarifária com China, Europa e Estados Unidos –, pode gerar inflação mundial ascendente.

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