As entidades empresariais de Joinville vão tentar marcar agenda com os dois finalistas que vão disputar o segundo turno em Santa Catarina: Comandante Moisés (PSL) e Gelson Merisio para eles mostrarem o que pensam sobre economia e com o que se comprometem para atender às reivindicações do empresariado local. A Acij fará reunião nesta segunda-feira para avaliar o resultado.
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– A próxima semana será de muitas reuniões – resume o presidente da Acij, João Martinelli. Será a luta entre a Capital contra o interior no dia 28.
Para o Senado, a grande novidade é a vitória de Jorginho Mello, com Colombo derrotado. No plano nacional, já se imaginava o resultado. Será o Nordeste (Haddad) contra o resto do país (Bolsonaro). A chance de Bolsonaro é grande de ganhar. Ele só precisa somar três pontos percentuais à sua votação deste domingo. E todos querem se aliar ao mais provável ganhador, analisa Martinelli, com o pragmatismo natural.
Os institutos de pesquisa não captaram a onda de extrema-direita, a onda Bolsonaro, que consolidou nomes estaduais a ele ligados. Para presidente da República, os joinvilenses se reconheceram no capitão do Exército, que fez 72% do total dos votos na cidade. Somos uma sociedade conservadora. Agora isso se revela claramente nas urnas.
Joinville exigirá mais reconhecimento do próximo governador, independentemente de quem vencer em 28 de outubro. Não importa o nome, interessa que dê soluções aos críticos problemas vivenciados pela sociedade local: infraestrutura deficiente e insegurança cada vez maior, entre outros. Estas questões terão de ser enfrentadas pelo eleito e sua equipe já no primeiro ano de mandato. A pergunta a ser feita: com quem um outsider, como Moisés, até anteontem um desconhecido, vai governar?
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Não há como Joinville ficar à margem do poder pelos próximos quatro anos. Precisará ter fatia expressiva na repartição de postos no colegiado do governo estadual. No mínimo, Joinville deverá receber as secretarias de Infraestrutura e de Desenvolvimento Econômico Sustentável.
As secretarias
A primeira, por óbvio, dadas as emergências que têm de ser resolvidas; a outra, especialmente porque a pasta dialoga estreitamente com a Fazenda em torno de fatores críticos, como a política de atração de empresas. E tão ou mais importante, é no Desenvolvimento que se abriga o Instituto de Meio Ambiente, instrumento que cuida dos licenciamentos ambientais, gargalo gigante há um ano sem equacionamento por causa da discórdia entre Prefeitura e Estado em torno de quem tem a atribuição para analisar os milhares de processos.
E, ainda, será absolutamente fundamental que os finalistas do pleito compreendam que uma administração estadual sem enxugamento das despesas públicas levará SC a uma situação de pré-caos financeiro. A hora é de responsabilidade.
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