Cento e cinquenta empresas prospectam Santa Catarina – e outros Estados – para fazer investimentos bilionários no Brasil. E companhias já instaladas estão prontas para fazer novos investimentos no Estado. Aguardam, apenas, o resultado final das eleições presidenciais, em 28 de outubro, para presidente da República, para, então, deslanchar os projetos. A informação é do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar. O líder empresarial afirma, também, que a grande votação em Bolsonaro não surpreende.

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– Com quem eu falava, mostrava-se clara essa tendência. A população quer mudanças e votou anticorrupção. Não foi surpresa, nem mesmo pelo tamanho do percentual alcançado. Por isso – e o mercado já sinaliza desde cedo –, é provável a vitória de Jair Bolsonaro para presidente da República no dia 28. Quem ganhar terá de trabalhar e buscar a união do país.

Aguiar diz, ainda, que um debate mais profundo sobre as reformas que precisam ser feitas é fundamental para que o próximo presidente tenha a legitimidade necessária para colocá-las em prática. 

– O país tem quase 13 milhões de desempregados, a recuperação em curso é lenta e o câmbio ameaça a inflação e a manutenção dos juros nos níveis atuais. Tudo isso reforça a urgência de um profundo ajuste fiscal, com corte de despesas e reformas estruturais, como a tributária, que deve começar pela simplificação do sistema. 

 

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Os dois na Fiesc

A Fiesc vai ouvir as propostas dos dois candidatos a governador de Santa Catarina que passaram para o segundo turno – Gelson Merisio (PSD) e Comandante Moisés (PSL) – em reunião de diretoria e conselho, no dia 19, sexta-feira, em Florianópolis. Serão apresentações separadas, mas no mesmo dia. Na ocasião, vai ser entregue a Carta da Indústria a ambos. O documento mapeia as principais reivindicações dos setores industriais em tópicos como infraestrutura, tributação, desenvolvimento econômico, meio ambiente, entre outros.

– Um dos pontos essenciais da Carta é o não aumento de impostos, destaca Aguiar.

Para ele, no pleito estadual, a surpresa foi Mariani (MDB) ter ficado fora do segundo turno, e, também, mesmo sem ter sio eleito, a grande votação obtida pelo candidato ao Senado pelo PSL, Lucas Esmeraldino. 

 

Consultorias opinam

Analistas do JP Morgan já dão como praticamente certa a vitória de Jair Bolsonaro no segundo turno. A consultoria Eurásia aponta que o candidato do PSL tem 75% de chances de ganhar. A Bolsa de Valores já subia mais de 4% na tarde desta segunda-feira, e o dólar recuava 2%, em meio à euforia. A Bolsa registrava 85 mil pontos e poderá chegar a 90 mil pontos rapidamente. E no rastro do resultado eleitoral, ações de empresas estatais se valorizam na Bolsa, como são os casos de Petrobras, já que se encaminha um possível governo que dará destaque a privatizações.

 

Contas

A consultoria EY (antiga Ernst & Young) relata, em sua análise, que multinacionais e grandes investidores estrangeiros só esperam pelo resultado do segundo turno para anunciar investimentos no país. Analistas da XP Investimentos fazem contas e mostram os efeitos que a onda conservadora trará: no Parlamento, há 380 nomes eleitos com perfil de direita – 50 deles do PSL – contra 130 com viés à esquerda. Isso ajuda  a governabilidade, se o capitão do Exército ganhar. Até mesmo, por óbvio, é um ingrediente a mais que poderá facilitar a aprovação de reformas.

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