E começou a vacinação contra a Covid-19. Mulher negra, indígena, trabalhador mais antigo foram alguns que receberam a vacina, Coronavac, em meio a grande alvoroço de políticos, se fartando com as imagens transmitidas ao vivo.
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Tudo excelente. Ainda bem que as vacinas estão começando a chegar. Claro que isso é ótimo e inspira esperança. Mas, cuidado com o ufanismo, sempre exagerado.
Este início de vacinação é meramente simbólico diante dos imensos desafios a serem superados para que a imunização coletiva aconteça, de fato. E isso vai demorar meses, muitos meses para se tornar realidade, alcançando-se a tal imunidade de rebanho.
Ficar feliz porque o país começou a vacinar, sim. Entrar em êxtase porque um grupo minúsculo de pessoas receberam a primeira dose – somente a primeira dose -, não.
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Há obstáculos enormes a serem ultrapassados. 1: Já se sabe que faltam insumos, que são fabricados na China (sim, na China) para atender a demanda de todo o mundo. 2: O Brasil, por causa de Jair Bolsonaro, desdenhou a vacina chinesa, e agora todos nós pagamos o preço da lentidão. 3: Se não há insumos para as vacinas em quantidade suficiente para imunização massiva e rápida, significa que, em algum momento, o processo de vacinação poderá ser interrompido.
Esse alerta é do Instituto Butantan e da Fiocruz, de onde surgiram as nossas esperanças.
Certamente, teremos de atravessar 2021 com muita cautela. O uso de máscaras, observar o distanciamento social, evitar aglomeração e usar álcool gel com frequência continuarão a ser rituais obrigatórios no cotidiano das pessoas.
Onde está a economia nisso tudo?
Está intrinsecamente ligada a todos esses fatos.
Basta recordar que a economia e os negócios são movidos por expectativas. Já se disse que o movimento econômico se dá, em grande medida, por razões intangíveis. E o fator confiança, ou desconfiança sobre o futuro é elemento fundamental. Investimentos e geração de renda e de empregos se dão em ambiente minimamente previsível.
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Por isso, o mercado financeiro, os empresários e as pessoas, em geral, precisam que as autoridades políticas, os governantes, ajam com rapidez e eficácia exigidas.
Para além desse momento de alegria porque as vacinas começaram a ser aplicadas, há o clamor por responsabilidade.
Seria muito ruim a sociedade receber um choque de otimismo para, logo à frente, sentir o peso da frustração.