A intervenção do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras pode ser o começo de uma ação coordenada de governo, mirando as eleições presidenciais de 2022, quando ele vai disputar a reeleição. Quer, de agora em diante, adotar posições mais do agrado da população, independente do que este comportamento signifique para empresas públicas ou para o conjunto da economia.
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A Petrobras já perdeu R$ 100 bilhões em valor de mercado e suas ações já caíram 20% desde sexta-feira (19).
O efeito é desastroso e transmite insegurança aos investidores internacionais em relação ao Brasil, e não só em relação à companhia petrolífera. Há regras de mercado em jogo, e quem colocou ou pretende colocar dinheiro bom no nosso país quer, em contrapartida, pelo menos três coisas: segurança jurídica para o cumprimento de contratos; mercado abundante e perspectivas de crescimento dos negócios no médio e longo prazos.
Claro que o atrelamento do preço dos combustíveis à variação do dólar e de cesta de óleos no mercado global pode resultar em aumentos frequentes de preços- como tem acontecido desde novembro do ano passado. Algo indesejado porque pressiona fortemente a inflação.
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Aliás, sem surpresa, porque o país roda em caminhões em estradas ruins.
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A alta de diesel implica em mais custos para transportadoras que, tanto quanto possível, repassam estes custos para o seu cliente, no varejo. Este, por sua vez, sobe seus preços dos produtos finais. O efeito disso tudo reduz o poder de compra dos consumidores. Em português claro: o povo fica mais pobre.
A importância do cenário econômico é reconhecido por todos como decisivo em momentos pré-eleitorais. Como já se disse durante campanha eleitoral nos Estados Unidos, há algum tempo, o que interessa, na política, é ganhar as eleições. Vai daí o bordão “É a economia, seu estúpido!” é lembrado sempre, e serve como paradigma de marketing eleitoral.
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