O governador Carlos Moisés está certo ao confirmar que vai decretar isolamento social por mais tempo no Estado de Santa Catarina por causa da pandemia do coronavírus. A conversa com a Federação Catarinense de Municípios e com os prefeitos das cidades mais importantes de SC foi determinante.

Continua depois da publicidade

> Em site especial, saiba tudo sobre o coronavírus

Não faria nenhum sentido autorizar a reabertura de negócios não essenciais já a partir de quarta-feira, dia 1 de abril, se faltam os equipamentos básicos para os profissionais de saúde atuar: inexistem máscaras, luvas, leitos de UTI suficientes nos hospitais públicos e nos privados.

Os argumentos dos empresários de que a economia entrará em colapso se as lojas ficarem fechadas por mais tempo pode até ter um fundo de verdade, mas, como já escrevi anteriormente, nada é mais importante do que cuidar d da vida das pessoas agora.

Nestas horas difíceis, quando qualquer planejamento se perde em meio a incertezas sobre o dia de amanhã, a frase clássica e os ensinamentos de Lord Keynes sempre precisam ser relembrados: "a longo prazo estaremos todos mortos".

Continua depois da publicidade

No mais, quem irá às compras enquanto houver essa pandemia que vai atingir milhões de brasileiros e dezenas e dezenas de milhares de catarinenses?

Os infectologistas têm repetido à exaustão: com a liberação praticamente indiscriminada dos negócios e funcionamento das atividades comerciais a população fará a inevitável troca viral. Não há – e não haverá – testes rápidos para saber se as pessoas estão, ou não com Coronavírus.

Há sensatez na decisão do governador.

A economia vai sofrer muito? Vai.O PIB vai cair? vai. O desemprego vai se elevar? Vai. Mas isso tudo já está contratado, independente de lojas abrirem uma semana antes ou depois.

Além dos donos de empresas, somente os bolsonaristas fanáticos – e eles estão super ativos nas redes sociais – falam contra ao ordem de todos ficarem em casa, como recomendam que a Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde do Brasil, e a classe médica em geral.

Continua depois da publicidade

Aliás, a decisão de Moisés também ajuda aos opositores da medida restritiva. Afinal, também eles vão ser preservados do contágio da doença. A não ser que eles se juntem, em grupos, na praça, para criticar.

Talvez prefiram fazer carreatas. Se assim for, não custa avisar: na Itália as carreatas foram de caixões com mortos basta procurar na internet e então terão a imagem daquilo que procuram.