Na terceira sondagem realizada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) sobre o impacto do coronavírus na produção do setor eletroeletrônico apontou que 70% das empresas entrevistadas já apresentam problemas no recebimento de materiais, componentes e insumos provenientes da China. Esse resultado indica um agravamento da situação em relação às pesquisas anteriores. Na primeira pesquisa (5 de fevereiro), o número de empresas com problemas era de 52%, e, na segunda sondagem (20 de fevereiro), 57% das consultadas apontavam impacto negativo.

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Nesta pesquisa, 54% das empresas informaram que caso essa situação se prolongue por mais um mês e meio haverá risco na entrega do produto final para os seus clientes. Essa foi a primeira vez que as indústrias pesquisadas deram essa indicação.

A situação de desabastecimento de insumos é observada principalmente entre os fabricantes de produtos de tecnologia da informação – celulares, computadores, por exemplo. O levantamento foi feito com a participação de 50 indústrias das diversas áreas do setor eletroeletrônico. A pesquisa mostra que 6% das empresas já operam com paralisação parcial em suas fábrica; no levantamento anterior, esse índice era de 4%. Outras 14% já programaram paralisações para os próximos dias, também de forma parcial.

Apesar do impacto negativo na produção, a pesquisa indicou que 48% ainda não têm previsão de parar suas atividades. A decisão dependerá de quanto tempo persistirem os problemas no abastecimento.

Outro dado importante: uma em cada cinco empresas consultadas (21%) informaram que não devem atingir a produção prevista para o primeiro trimestre deste ano. Conforme essas associadas, a produção do período deverá ficar, em média, 31% abaixo da projetada. Este percentual também aumentou na comparação com a pesquisa anterior, que indicava uma queda de 22% na produção. Segundo a pesquisa, as empresas devem demorar, em média, cerca de dois meses para normalizar o ritmo da produção, após a retomada dos embarques de materiais, componentes e insumos da China.

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Conforme dados elaborados pela Abinee, do total de insumos do setor (matérias-primas e componentes) 60% são importados e 40% nacionais. A China é a principal origem das importações de componentes do Brasil, totalizando US$ 7,5 bilhões em 2019, o que representou 42% do total importado. Isso significa dizer que somente esse país foi responsável por 25% do total de insumos do setor (nacionais + importados).