O empresário Guilherme Weege, da Malwee, de Jaraguá do Sul está entre os líderes de um movimento nacional chamado "compre do bairro" para apoiar os empreendedores de pequenas companhias durante a pandemia do coronavírus. A iniciativa objetiva estimular as pessoas a consumir serviços e produtos brasileiros de comércio do bairro onde a pessoa mora.
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> Em site especial, saiba tudo sobre o coronavírus
O jaraguaense está ao lado de Fred Trajano, da Magazine Luiza; Artur Grynbaum, do grupo Boticário; Jean Jereissati Neto, da Ambev; Marcel Szajubok, da Embelleze; e André Street, da Stone, em parceria com o Sebrae. O projeto é de iniciativa pessoal dessas lideranças, e as empresas não participam diretamente dele.
Para dar apoio aos pequenos empreendedores, eles vão disponibilizar em um site especial do Movimento Compre do Bairro conteúdos com temas que passam por gestão financeira e contábil, acesso a crédito, recursos humanos e experiência do consumidor, além de digitalização e marketing digital.
Segundo dados do Sebrae, 6,3 milhões de pequenos negócios compõem o pequeno varejo brasileiro, setor responsável pelo sustento direto de 13 milhões de pessoas no país.
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O CEO da Malwee, Guilherme Weege, explica que a ideia é esperar pela reabertura do comércio para iniciar o trabalho de geração de conteúdo que engaje os consumidores a aderir ao propósito de valorizar o pequeno varejo nacional.
– É preciso conscientizar a população para o fato de que comprar produtos nacionais, e do pequeno comerciante, é uma maneira de ajudar a economia, e, ao mesmo tempo, manter a cultura afetiva do brasileiro, essa relação de proximidade com o comércio de bairro.
"O grande vai abraçar os pequenos", diz o CEO da Malwee
Claudio Loetz – Como o senhor enxerga este momento?
Guilherme Weege – As medidas anunciadas pelo governo ajudam nesta hora. O pequeno precisa de ajuda. Entendo que vai haver maior conscientização por parte da população, de tudo o que o pequeno comércio representa para todos nós.
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Loetz – Acredita que o movimento vai auxiliar a elevar as vendas dos pequenos?
Guilherme – Exatamente. As compras locais tendem a subir. Tenho clientes que compram de mim há 30, 40, 50 anos. São conservadores. Enxergam o estoque como seu patrimônio. Os grandes grupos devem ajudá-los. O grande vai abraçar o pequeno.
Loetz – Precisam de linhas de crédito, de mais prazo para pagar…
Guilherme – Muitas vezes, as informações e decisões da macroeconomia, dos governos, não chegam até os pequenos.
Loetz – Haverá campanha publicitária para apoiar os pequenos comerciantes?
Guilherme – Sim. A campanha está pronta, produzida. Esperamos só o reinício das atividades para colocá-la no ar.
Loetz – Como surgiu a ideia de liderar esse projeto nacionalmente?
Guilherme – Compreendo a importância dos pequenos para os negócios, para a economia como um todo. Então, liguei para o líder do Boticário, que logo gostou da ideia; aí falei com a Ambev, e por aí aconteceu.
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Loetz – Como essa situação afeta a Malwee?
Guilherme – O efeito é grande. Estamos em um tempo muito duro, muito duro. A inadimplência sobe, deixamos de faturar…
Loetz – O que é prioridade neste momento?
Guilherme – Temos um tripé de prioridades na Malwee.
1 – os funcionários. Cuidamos da saúde e da segurança deles. E vamos manter os empregos. Temos 5 mil trabalhadores no grupo.
2 – os clientes e representantes. Ouvir com atenção as necessidades dos clientes. E até antecipar comissões aos nossos representantes.
3 – a operação. Voltar tão logo seja possível, mantendo condições adequadas de saúde e segurança para todos. Temos parcerias com fornecedores, clientes e empregados, que muitas vezes já duram 30, 40, anos.
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