O preço das carnes de frango, em alta já há algum tempo, e também de suínos, continuarão nessa tendência até o próximo ano. A constatação, em forma de aviso, é dos dirigentes de entidades empresariais ligadas ao setor. O motivo são as condições do mercado global de grãos, com alta inédita nos preços, sem perspectiva de recuo no curto prazo.

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Por exemplo: o farelo de soja subiu 65% em 12 meses fechados neste mês de março. O milho subiu 50% no mesmo período. E o dólar teve alta de 21% em um ano.

Nessa conjuntura, a demanda internacional é crescente — e que vai seguir assim, segundo analistas —, favorecem as exportações do agronegócio brasileiro.

Mas essa é uma ponta da questão porque, do ponto de vista dos empresários, a elevação dos custos de produção na indústria avícola pressiona contra a rentabilidade e joga o preço final dos produtos para cima, em momento de inflação ascendente.

A alta sem precedente no preço dos grãos cria uma séria ameaça à expansão da avicultura industrial no Sul do Brasil, alertam os empresários..

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O Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Santa Catarina, a Associação das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Santa Catarina, a Associação Catarinense de Avicultura, a Associação Gaúcha de Avicultura, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná, a Associação Brasileira de Proteína Animal debateram, recentemente a situação em reunião com o governo federal.

Além da brutal elevação dos preços dos insumos (milho e farelo de soja), também esteve na pauta o encarecimento dos materiais de construção para expansão da atividade mediante construção de novos e modernos criatórios de aves, silos e armazéns. A obtenção de linhas de crédito para viabilizar esses investimentos é outro problema que preocupa o setor.

Nesse momento, a prioridade é desburocratizar e desonerar a importação de milho para que o mercado interno não fique desabastecido desse insumo e evite a redução da produção de aves e suínos. O setor também quer a retirada, temporária, dos tributos incidentes sobre a importação (Pis e Cofins).

Os empresários ainda entendem ser necessário criar novos incentivos para o produtor de milho, com linha de crédito atrativa ao pequeno produtor, redução dos encargos. Na área de financiamentos para investimentos propõem que o Ministério da Agricultura reivindique por novas linhas de crédito para construção de aviários, silos, armazéns e outras estruturas de produção.

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