Levantamento feito pela consultoria Brain Inteligência Corporativa mostra o desempenho do setor da construção civil de Joinville em 2019. No período foram vendidos 432 imóveis residenciais; em igual trimestre do ano anterior foram 379, sinalizando recuperação do mercado.

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O segmento comercial também teve alta expressiva de negócios: saiu de dez negócios entre outubro e dezembro de 2018 para 25 um ano depois. Neste caso, havia estoque antigo de imóveis à espera de comprador. Não houve novos lançamentos.

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O valor geral de vendas (VGV) totalizou R$ 255 milhões no quarto trimestre de 2019. O valor é bem superior aos R$ 69 milhões anotados no mesmo trimestre do ano anterior. O VGV de imóveis comerciais vendidos cresceu 50% de um ano para outro: de R$ 4 milhões para R$ 6 milhões.

O estudo da Brain ainda mostra que VGV de imóveis residenciais, para todo o ano de 2019, somou R$ 503 milhões, alta relevante de 34% frente aos R$ 375 milhões apurados no ano anterior. Foram vendidas 1.695 unidades residenciais vendidas no ano passado todo – número bem próximo aos 1.687 havidos no ano anterior.

Foram lançados dez empreendimentos residenciais no último trimestre do ano passado. Um ano antes tinham sido nove; e cinco entre outubro e dezembro de 2017; sendo quatro em 2016. No ano todo de 2019 foram lançados 32 residenciais; haviam sido 36 um ano antes; e foram 29 e 28, respectivamente, em 2017 e em 2016.

No ano passado foram lançadas 1.248 unidades contra 1153 um ano antes. Nenhum empreendimento comercial foi lançado em Joinville desde 2016. Sinal evidente de que a oferta ainda é grande e, os empreendedores, cautelosos, evitaram elevar a ociosidade.

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Sob o critério de número de unidades, as construtoras lançaram 380 entre outubro e dezembro do ano passado. O dado é bem inferior aos 458 em 2018; e também menor que os 489 verificados no trimestre final de 2016. O dado de 2017 destoa, caindo para apenas 187.

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O sócio da Brain, Guilherme Werner, analisa os dados e diz, em entrevista, que a retomada de atividades do setor imobiliário se consolida.

Como o senhor analisa os números de Joinville? Há sinais de retomada.

Guilherme Werner – Entendo que o ano de 2020 já é o ano da consolidação do setor imobiliário no país. Em Joinville também. O diferencial é a retomada maior do número de lançamentos de empreendimentos imobiliários residenciais verificados já nos últimos três anos.

Lançamentos de imóveis populares predominam.

Werner – Sim. Em Joinville, 45% do que foi vendido são imóveis direcionados ao programa Minha Casa Minha Vida. No Brasil, em geral, o percentual chega a 52% do total. Isso demonstra a importância do programa habitacional. E, também, a volta da confiança do consumidor.

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O crédito é fator essencial nesse negócio?

Werner – Sem dúvida. Maior concessão de crédito associada a juros baixos, além de modalidade de pagamento no longo prazo, a taxas pré-fixadas, são os fatores adequados. Chamo isso de "tempestade perfeita positiva". Principalmente porque a renda fixa já não remunera mais como antes. Obter remuneração de aluguel de 0,3% sobre o valor do imóvel, mais IGPM, já é um bom investimento.

Os preços dos imóveis tendem a subir?

Werner – Os preços estão atrelados a restrições urbanísticas, potencial construtivo, e à demanda. Há, no Brasil, 3 milhões de pessoas demandando no mercado imobiliário.

Quanto custam os imóveis residenciais em Joinville?

Werner – O valor médio do m2 construído é de R$ 5.800,00. O estoque de imóveis, há algum tempo, era de 3 mil imóveis. Atualmente gira ao redor de 1.700. Isso quer dizer que em algumas regiões da cidade já pode haver indícios de escassez de oferta.

Mas o segmento de imóveis comerciais parou há alguns anos.

Werner – Houve grande número de lançamentos de imóveis comerciais antes da crise – em 2013/2014. Este nicho sofreu com a crise econômica. Porque está diretamente ligado ao ritmo da economia.

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A construção civil tem crescido acima do PIB.

Werner – Sim, o setor da construção civil, no país, cresceu 1,6% no ano passado e o PIB cresceu 1,1%. Para este 2020 há análises – de especialistas do Bradesco, por exemplo – que apontam expansão de 3% para o setor.

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As tabelas, extraídas do estudo da consultoria indicam a situação do mercado imobiliário joinvilense.

Unidades residenciais lançadas:

2016: 1.568

2017: 949

2018: 1.153

2019: 1.248

Unidades residenciais vendidas:

2016: 1.762

2017: 1.756

2018: 1.687

2019: 1.695

Unidades comerciais vendidas:

2016: 22

2017: 21

2018: zero

2019: 79

Fonte: Brain Inteligência Corporativa