Levantamento feito com dezenas de empresários, lideranças e executivos de Joinville e região pela Sustentare Escola de Negócios revela o que já se conferia em conversas informais: há melhora das expectativas para os negócios. O já tradicional estudo trimestral denominado Índice de Confiança Empresarial Sustentare (Ices) mostra evolução positiva no primeiro trimestre deste ano na comparação com o último trimestre de 2017. O índice geral aponta 52,40 pontos, contra 51,26 referentes ao período outubro-dezembro do ano passado. 

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Segundo o coordenador do estudo, Ricardo Torres, os indicadores positivos foram, novamente, fortemente influenciados pelo setor de serviços, mantida alta também do setor do comércio. A grande boa novidade veio do setor da indústria, que teve seu indicador retornando ao campo positivo, acima dos 50 pontos. Na decomposição dos subíndices, a pesquisa igualmente mostra números melhores, como se percebe na tabela.

DADOS DA PESQUISA:

1º trimestre de 2018 (em pontos)

Expectativas econômicas: 57,18.
Condições financeiras e lucratividade: 61,55.
Investimentos: 51,35.
Nível de emprego/contratações: 51,59.
Custos: 41,91.
Nível de vendas: 50,84.
Índice geral: 52,40.

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4º trimestre de 2017 (em pontos)

Expectativas econômicas: 54,95.
Condições financeiras e lucratividade: 58,73.
Investimentos: 48,47.
Nível de emprego e contratações: 54,45.
Custos: 42,97.
nível de vendas: 47,9.
Índice geral: 51,26.


Duas razões

O Ices ainda aponta as principais razões que impedem ou dificultam os investimentos, com destaque para duas delas: a falta de crédito e o custo de financiamento. Outra análise, mais ampliada no tempo, e a comparação dos níveis gerais apontados pelo estudo, ao longo de seis anos, nos dão um panorama sugestivo de como os empresários enxergam seus negócios e a conjuntura, em cada momento. Uma das conclusões é de que o resultado geral anotado no primeiro trimestre de 2018 se aproxima do que foi verificado há seis anos, em janeiro-março de 2012, marcando, à época, 52,56 pontos.

Período recente

Ao se fazer um corte temporal mais recente – do começo de 2016 em diante –, a pontuação trimestral remete à recuperação, depois de um 2016 inteiro abaixo da linha divisória que divide pessimismo de otimismo. Os números abaixo comprovam isso.

Ices (em pontos)
1º trimestre de 2016: 40,23.
2º trimestre de 2016: 45,97.
3º trimestre de 2016: 47,12.
4º trimestre de 2016: 47,27.

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1º trimestre de 2017: 50,57.
2º trimestre de 2017: 49,30.
3º trimestre de 2017: 52,99.
4º trimestre de 2017: 51,26.


Por setores

O mesmo trabalho também mediu as expectativas por setores econômicos. Aí, os resultados gerais nos informam que os negócios do setor de serviços cresce e se consolida no patamar positivo bem acima dos 50 pontos. Já os índices dos setores das indústrias e do comércio situam-se ligeiramente acima de 52 pontos.


Indústrias: 52,24.
Comércio: 52,46.
Serviços: 56,85.

Próximos meses

Para os próximos três meses (abril-junho), os empresários joinvilenses e da região acreditam que os grandes vetores macroeconômicos se manterão estáveis, a julgar pelas opiniões dos entrevistados. O câmbio tenderá a se manter nos níveis atuais para 60,78% deles. Um de cada cinco (19,8%) considera que a cotação do dólar pode subir. A inflação deverá ficar estável na opinião de 58,82%, mas outros 22% apostam em nova queda. Já a taxa de juros poderá ser reduzida para quase um terço (29%) dos pesquisados; mas pouco mais da metade (51,96%) sinaliza para a estabilidade. 

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