Se a Copa do Mundo levasse em conta apenas o comércio exterior dos países participantes, o Brasil não passaria das oitavas de final. Estudo feito pela Freitas Inteligência Aduaneira aponta a Alemanha como campeã, seguida do Japão e da França. Ficaríamos no 13º lugar, à frente da Suécia e da Arábia Saudita.
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O levantamento somou as transações de importação e exportação realizadas pelas 32 nações que participam da competição na Rússia. A base de dados é do International Trade Centre. A Alemanha tem fluxo comercial de US$ 2,6 trilhões. O Brasil soma US$ 368 bilhões, sendo US$ 217 bilhões em exportações.
– O levantamento torna evidente a falta de participação do país no comércio exterior. O Brasil responde por apenas 1% das transações globais. É uma situação histórica, diz Márcio Antonio de Freitas, sócio da empresa.
Alguns fatores técnicos poderão ajudar a inserção brasileira no mercado global. Um deles é a entrada do país como signatário do acordo de facilitação do comércio da Organização Mundial do Comércio (OMC), referendado pela Organização Mundial das Aduanas. Essa nova situação permitirá o acesso à padronização de atividades e informações, seletividade dos players de comércio exterior, podendo aumentar a confiabilidade e a gestão dos riscos aduaneiros.
O empresário cita ainda a criação e a implementação global do Programa de Operador Econômico Autorizado (OEA). Apesar de ter sido lançado no ano 2000 com o Programa Stairways, esta ação chegou ao Brasil somente em 2015.
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Com o OEA, os governos de diversos países desejam facilitar os trâmites dos players logísticos aduaneiros. E poderá dar mais previsibilidade e reduzir custos das operações de importação e exportação em 30% a 50%. Com esta certificação, a carga pode chegar até o importador em um ou dois dias após aportar em um terminal brasileiro.
Freitas analisa: “Para que isso ocorra, é necessário que haja uma mudança cultural, uma alteração de postura dos empresários, que lhes permita usufruir com perfeição de todos estes benefícios. É preciso estabelecer um padrão interno de governança aduaneira”.