Não será surpresa se Luciano Bulignon deixar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável do governo do Estado. Cancelou palestra que faria nesta segunda-feira (29) para a Associação Empresarial de Joinville. Na ocasião, iria apresentar planejamento de trabalho, com ações para a retomada da economia pós-pandemia.
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O cancelamento da fala é consequência da votação do processo de impeachment, que tirou Carlos Moisés do posto de governador pela segunda vez. Nesta segunda, Bulignon viajava de Chapecó, sua base política, para Florianópolis. Precisa tomar pé da situação para decidir seu futuro.
A troca de comando no governo estadual – a vice Daniela Reinerh assume nesta terça-feira -, deixou o meio político e empresarial em suspense. Sobram incertezas; faltam respostas, que poderão demorar até 120 dias, prazo para decisão final se Moisés retorna ou sai de vez.
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Claro que cada um administra com seus quadros de confiança. Daí, natural supor que a governadora que chega interinamente, irá promover mudanças. No caso da Pasta do Desenvolvimento Econômico ainda não está nada definido. Será necessário uma conversa franca entre a governadora com o secretário que está no posto.
Luciano Buligmon tem uma biografia que não condiz com uma posição de mero auxiliar sem poder agir conforme pensa. É um nome que foi bem aceito pelas lideranças empresariais à época de sua nomeação. Afeito ao diálogo, mudou a cara da Pasta.
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Lideranças e técnicos não sabem com quem interagir
Lideranças empresariais e técnicos com diálogo junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico já não sabem com quem interagir. Essa situação atinge todos os órgãos estaduais, e resulta, no limite, em paralisia do trabalho. Investidores brecam possíveis negociações por não saberem como as coisas vão continuar. Burocratas de carreira sentam nos processos, assustados com o que acontece, de novo, ao redor.
Se isso já é ruim em circunstâncias comuns, dá para imaginar o estrago que faz em meio à pandemia da Covid-19, quando todos se preocupam em salvar suas vidas. Literal e politicamente falando.
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A lembrar, que em outubro de 2022 haverá eleição para governo estadual. Significa dizer que quem ocupar a cadeira de governador terá, no máximo, um ano para efetivar alguma coisa de prático. Como sabemos, a partir de junho de 2022, as atenções estarão, todas, voltadas ao processo eleitoral. E, por força de legislação, o governante não mais poderá inaugurar obras. A caneta vai secar.