Um empreendimento com altíssimo teor de inovação nasceu em abril deste ano, na cidade de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Trata-se do Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da empresa californiana Hyperloop Transportation Technologies. Produto de uma plataforma aberta de inovação lançada em 2013 pelo visionário Elon Musk, o Hyperloop consiste em uma cápsula que levita em tubos de vácuo e velocidade que pode atingir até 1.123 km/h – mais do que a velocidade do som.
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Parece ficção científica, mas é uma ousada ideia que já mobiliza um batalhão de cientistas e engenheiros e tem 12 acordos internacionais assinados para se tornar realidade, em países como China, Emirados Árabes e França. Ricardo Penzin (foto), desenvolvedor de negócios da Hyperloop no Brasil, esteve na 6ª Expoinovação, que se realizou de terça a quinta em Joinville, para falar sobre a tecnologia e o futuro do transporte de cargas e passageiros. Veja a entrevista do especialista.
Mais eficiência
Não somos concorrentes de nenhum modal. Somos só mais um modal de transporte que está tentando se implementar. Nosso projeto no Brasil é voltado à pesquisa e ao desenvolvimento, focado em cargas. Mas não temos planos de construção para o Brasil. Falando em futuro, queremos muito que o planeta tenha algum tipo de sistema que seja mais eficiente, econômico, diplomático. Temos interesse, sim, que isso aconteça de maneira ampla no mundo todo.
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Centro de P&D no Brasil
O centro está situado em Contagem (MG). Foi uma parceria interessante com a prefeitura daquela cidade. É um espaço de 40 mil metros quadrados, com 4 mil metros quadrados de área construída. Ainda está em fase de implementação e terá cinco pilares, todos focados no sistema de carga. Serão pesquisas que vão complementar a parte de transporte de passageiros. E o que for desenvolvido lá terá aplicação global. Uma infinidade de profissionais trabalha nesse centro. Temos engenheiros aerodinâmicos, engenheiros civis, entre outros. Estamos com vagas abertas, selecionando engenheiros (www.hyperloop.global) para nos ajudar a trabalhar nessa tecnologia com mão de obra local. Estamos trazendo conhecimento, mas o desenvolvimento será feito aqui no Brasil. O governo de Minas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapemig), está colocando aproximadamente
US$ 4 milhões, e nós estamos investindo mais US$ 4 milhões, sendo 50% econômicos e 50% financeiros.
Os projetos
Na América Latina, não temos linha comercial sendo discutida. Nem é esse o objetivo da empresa. Temos linhas em outros países, 12 acordos internacionais já assinados. O que mais se destaca é de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Lá, já obtivemos o licenciamento da terra e pretendemos começar a construir o mais rápido possível, lançando uma linha comercial nos próximos dois ou três anos. Um caso interessante é o de Toulouse, na França, onde se situa nosso centro de P&D para passageiros. Estamos construindo 1 km de linha, em tamanho real, que ficará pronto até o final do ano para testes, demonstrações e certificação do sistema.
Repensar o transporte
O sistema de transporte tem uma série de entraves, até em nível de escala: você não consegue construir estradas ou ferrovias para sempre, há uma limitação física que se precisa respeitar. Já o Hyperloop pode crescer para cima: em um mesmo pilar, pode-se colocar sete tubos, o que permite escalabilidade um pouco maior, e a eficiência em velocidade e economia financeira é muito grande. O sistema não gasta energia – na verdade, a gente gera a nossa energia – e não requer combustível fóssil. A eficiência é muito maior, e nosso custo é um décimo do custo operacional de uma ferrovia. A dependência das rodovias que se vê no Brasil acontece também em outros lugares. Oferecemos uma solução, mas existem várias. O transporte mundial tem muitos problemas, o Brasil é mais um dos países que precisam repensar o transporte, não só por causa dos caminhoneiros, por uma série de subsídios, uma fortuna que se gasta no mundo inteiro. O sistema Hyperloop não cobra subsídios. Nosso objetivo é inverter essa lógica: a partir de determinado momento, começaremos a pagar o direito de passagem para o governo, invertendo a lógica do transporte atual, em todos os modais.
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Vencedores do Prêmio de Inovação de Joinville
Durante a Expoinovação, também foram divulgados os vencedores do Prêmio de Inovação de Joinville, iniciativa do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Comciti) que tem o objetivo de incentivar a produção científica, tecnológica e a inovação entre as 26 cidades que integram a Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina (Amunesc), por meio de projetos.
Os primeiros colocados no ganharam o selo Empresa Inovadora de Joinville, o qual poderá ser usado em sites, e uma impressora 3D. Já os segundos e terceiros colocados receberam certificados e uma viagem para a Rota da Inovação de Florianópolis.
Na edição deste ano, 50 projetos foram inscritos no prêmio, 10% a mais que o número registrado na edição passada. Para 2019, haverá uma alteração importante: o prazo de inscrição será aberto no dia 1º de setembro deste ano, permitindo que mais candidatos se habilitem para fazer a apresentação dos projetos, informa Richard Klymyszyn, coordenador do prêmio.
Confira os projetos vencedores da edição 2018:
Tema Livre:
• Categoria academia — 1º lugar: Projeto Fatores Genéticos Associados ao Risco do AVC.
• Categoria comunidade — 1º lugar: Projeto Inova Mais Indústria.
• Categoria empresas — 1º lugar: Projeto Nat.Genius — Desenvolvimento de Nova Linha para Moagem de Termoplásticos.
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Tema Cidade Humanas, Inteligentes e Sustentáveis (CHIS):
• Categoria academia — 1º lugar: Projeto E-Light SC.
• Categoria comunidade — 1º lugar: Projeto Meu Menu Orgânico.
• Categoria empresa — 1º lugar: Projeto Aurora Experiências Virtuais.
Décimo terceiro
Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começam a receber ainda em agosto a antecipação da primeira parcela do décimo terceiro salário. Conforme a Agência Brasil, o abono anual deve ser depositado na folha entre o próximo dia 27 e 10 de setembro, para cerca de 30 milhões de beneficiários. A liberação deve inserir aproximadamente R$ 20,6 bilhões na economia.
Balanço do Dia dos Pais
Houve crescimento de 2,02% nas vendas do varejo para o Dia dos Pais, conforme levantamento da Federação das CDLs de SC (FCDL/SC). O tíquete médio dos presentes foi de R$ 135 por cliente no Estado. Esse resultado no comércio “seguiu a tendência apresentada pela consulta antes da data comemorativa, sendo que este percentual positivo mostra a trajetória de retomada, ainda que em ritmo abaixo do esperado”, analisa o empresário Ivan Tauffer, presidente da entidade.
Na avaliação da FCDL/SC, essa melhora se deve, principalmente, à sequência do ciclo de corte de juros pelo Banco Central. Outro fator determinante é o aumento do consumo das famílias, ainda que de forma tímida, às vésperas de um período eleitoral. Com relação aos itens mais procurados, os destaques foram os setores de vestuário (39,9% das vendas) e “outros” (onde se incluem perfumaria e eletroeletrônicos).
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Inovação na construção civil
A inovação está presente em vários setores, mas a construção civil ainda é uma das que menos investem em produtos inovadores. Analisando as necessidades do mercado, a startup catarinense Welob desenvolveu software que auxilia no planejamento das obras. O software está no mercado desde 2017 e gerencia 30 obras no Estado. A startup catarinense faz parte do programa de incubação do Miditec, incubadora gerida pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate) e mantida pelo Sebrae/SC.