Casos de Coronavírus no Brasil já se igualam à soma das populações de Joinville e Jaraguá do Sul

Algumas reflexões sobre dados a respeito da Covid-19 nos auxiliam a compreender melhor o que estes números representam e quais são, efetivamente, os seus impactos. No caso das estatísticas (oficiais) sobre a ocorrência de casos de Coronavírus, já é possível fazer considerações a apontar a sua grandeza.

A pandemia completou 100 dias desde que chegou ao Brasil, no final de fevereiro. Neste tempo já foram contabilizados mais de 800 mil casos, com mais de 41 mil mortes. Dirão os mais apressados bolsonaristas, que estes dados são insignificantes diante de uma população de 210 milhões de habitantes.

Alto lá!  Estes números são expressivos por si só: qualquer vida perdida é mais importante do que qualquer outra perda material. E se os negacionistas em relação aos efeitos do Coronavírus sobre a sociedade, insistem em achar que eles são irrelevantes, esse comportamento só se mantém até o momento em que alguém da família, algum amigo ou conhecido precisa ser internado ou morre por causa da doença. Aí, o silêncio.

Mas o que interessa dizer aqui é, também, outra coisa: indicar a correlação de casos e óbitos com a realidade demográfica. Assim, quando se afirma que há mais de 800 mil casos do Coronavírus espalhados pelo país, isso equivale à soma das populações de Joinville e de Jaraguá do Sul. Dito de outro modo: a totalidade dos moradores de Joinville e de Jaraguá do Sul estariam infectados, se fosse possível abstrair o dado, unicamente para termos um parâmetro comparativo.

Ainda: quando se diz que há 41 mil mortos confirmados por Coronavírus no Brasil, é como se toda a população de Araquari tivesse desaparecido no prazo de 100 dias. Ou, ainda, quando o governo de Santa Catarina informa que há 13 mil casos da doença no Estado, isso quer dizer que o conjunto dos moradores do bairro Glória, em Joinville, está com Coronavírus.

E olha que nem falei das consequências econômicas da pandemia, a enterrar milhares de negócios e empregos. Nestes tempos, use máscara. Não para tentar iludir alguém, mas para se cuidar — e proteger os outros.