O presidente da República Jair Messias Bolsonaro está com Covid-19. A informação surpreende? Claro que não! Ele, que ocupa o mais alto cargo do país, desdenhou a doença desde o início, em março. Riu dos médicos e de muitos outros que alertavam para a gravidade da pandemia, e seu elevado potencial de contágio social.
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Expôs-se publicamente, se máscara, apertando a mão e abraçando a população, reiteradamente, durante 120 dias. Esteve em reuniões privadas e públicas sem o menor cuidado. E, assim, também expôs outros: autoridades brasileiras e estrangeiras, inclusive,
>> Bolsonaro fez pouco caso do coronavírus
Criou, desde o começo, a impressão de que a saúde pouco importa, o que importa é o que ele pensa. Transmitia, a todos, a ideia de que era invencível, e cunhou aquela frase famosa: “Coronavírus? É só uma gripezinha!”
Agora, ele próprio descobriu que é mais do que isso. Que os sintomas, leves ou não, estão presentes também num corpo de atleta, como gostava de dizer. O povo, que já tem problemas demais, não precisava ter um presidente que agisse com tanto desrespeito para com todos.
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Mais de 60 mil pessoas já morreram. Quando já eram mais de 30 mil, Bolsonaro continuava a menosprezar a realidade e o sentimento das famílias:
“E daí?” foi a frase dita em entrevista às televisões.
Em meio à pandemia, o país ainda não tem um ministro da Saúde efetivo. Só um militar, especializado em logística. Sim, o governo desafia a ciência. O presidente, em isolamento, tem tempo para refletir. E ainda salvar vidas, mudando a lógica prevalecente até agora.
Até porque não basta ter Messias no nome para resolver os problemas.
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