A recente vinda do presidente Jair Bolsonaro à São Francisco do Sul não serviu apenas para ele e comitiva andarem de moto aquática ou pescar. Ao se declarar favorável à proposta de privatização do porto de São Francisco do Sul, ele coloca mais uma pimenta no assunto, que atrai todas as atenções da sociedade francisquense.

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Ao defender, em tese, a privatização do mais importante agente econômico do município do litoral norte catarinense, Bolsonaro apenas confirma o que sempre disse, desde a campanha eleitoral de 2018: faria um governo liberal, voltado aos interesses de melhorar a competitividade da economia, desamarrando antigos laços do poder público com negócios que, em nada, são estratégicos para a vida das pessoas em geral.

Os negócio que giram ao redor do porto representam mais de 75% de toda a economia local. A atividade portuária é, sem dúvida, o sustentáculo dos empregos de milhares de famílias – direta e indiretamente. Daí, a efervescência quando se insinua ou se mexe modelo de gestão: a cidade ferve.

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Qual é o peso de uma fala de Bolsonaro sobre o assunto privatização ainda não se sabe. Vamos conhecer quando se aproximar a data de concorrência, a ser anunciada bem mais adiante, após todos os estudos técnicos estiverem prontos. Possivelmente, algo que se concretize apenas no próximo ano, dada a complexidade das variáveis a serem consideradas.

A posição de Bolsonaro também indica sintonia com o governador Carlos Moisés – ao menos neste ponto específico – o de que a iniciativa privada poderá fazer melhor do que o setor público em áreas de infraestrutura, como setor portuário e aéreo, por exemplo. (Aliás, em abril será leiloado o bloco Sul de aeroportos administrados pela Infraero, incluindo os de Joinville e de Navegantes).

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Claro que haverá muito debate até que, de fato, se coloque sobre a mesa uma minuta de modelagem de concessão do porto público do norte do Estado: são imensos e poderosos os grupos de pressão que vão pressionar a favor e contra a ideia.

Na atual circunstância, o que se requer dos gestores e dos trabalhadores diretos e do entorno do porto de São Francisco do Sul, é atuação exemplar para demonstrar que também sob administração pública, ele, o porto, pode ser viável. Esse comportamento, de ênfase na excelência operacional e na produtividade, são requeridos em qualquer lugar do mundo. Aqui não deve ser diferente.

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O porto de São Francisco do Sul é o sétimo maior em movimentação de cargas no país. Movimentou 12 milhões de toneladas no ano passado.